Circula
nas redes sociais vídeo do cantor sertanejo Sérgio Reis organizando uma
manifestação em parceira com caminhoneiros a favor do presidente Bolsonaro (sem
partido). O ex-deputado federal afirma que houve uma reunião com representantes
da categoria dos caminhoneiros e agricultores e o movimento deve acontecer nos
três dias antes do feriado de 7 de setembro. As entidades que representam os
caminhoneiros negam apoio ao ato e afirmam que não devem participar.
“Vamos
fazer um movimento clássico, sem agressões. Queremos dar um jeito de movimentar
esse País e salvar o nosso povo. Estamos organizando talvez [para os dias] 4 a
6 de setembro. Dia 7 de setembro não queremos fazer nada para não atrapalhar o
desfile do nosso presidente, que é muito importante”, afirmou no vídeo.
Ele
explica que os manifestantes devem ficar acampados e devem ser distribuídos
alimentos para quem estiver no movimento. Ele afirma estar preparado
judicialmente, sem explicar mais detalhes. A paralisação terá foco em Brasília,
mas deve alcançar outros estados brasileiros.
“Nós
estamos nos preparando judicialmente para fazer uma coisa séria, para que o
governo tome uma posição e o Exército tome uma posição”, afirmou o cantor. Reis
afirmou ainda que o movimento deve reunir diversos outros artistas, além de
"grandes empresários do Brasil".
Em
outro vídeo publicado nas redes, Reis aparece afirmando que haverá uma
paralisação geral de 72 horas e que outros tipos de transporte serão impedidos
de transitar. “O Brasil inteiro vai estar parado. Ninguém trafega, ninguém
sai", disse o cantor. No vídeo, o cantor deixa uma ameaça para os
caminhoneiros que não participarem do movimento: "Não tem conversa, ai do
caminhoneiros que furar esse bloqueio".
“O
Brasil inteiro vai estar parado. Ninguém trafega, ninguém sai. Ônibus volta
para trás com passageiros. Só vai passar Polícia Federal, ambulância, bombeiro
e cargas perecíveis. Fora isso, ninguém anda no Brasil”, disse o cantor em
outro registro das redes sociais.
Caminhoneiros
desconhecem movimento
Diversas
entidades que representam os caminhoneiros afirmaram não apoiar o movimento e
ressaltaram que não devem estar presentes na manifestação. "A gente
desconhece as pessoas que estão ao lado dele", disse Plinio Dias,
presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga (CNTRC) ao
colunista do UOL, Chico Alves. "Sérgio Reis não representa nem os
artistas, quanto mais os caminhoneiros", acrescentou.
Wallace
Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de
Veículos Automotores (Abrava), também se manifestou contra o ato. Segundo ele,
o setor deve se organizar pela luta de suas demandas e não com "pauta
política". Em 2018, ele foi referência da greve dos caminhoneiros.
"Nem
a favor de governo, nem contra governo. Ser a favor de STF (Supremo Tribunal
Federal), ser contra o STF. Quem tem que fazer isso é a população, não usarem o
nome da categoria. Nós não participamos disso", ressaltou ele. Chorão
pediu ainda que os caminhoneiros não depositem dinheiro na conta dos
organizadores. “Não deposite dinheiro na conta de malandro! Tem muita gente aí
pedindo dinheiro pra fazer manifestação no dia sete de setembro. Não faça isso,
não faça isso”, afirmou em vídeo.
O POVO