Repercutiu em todo o Ceará e porque não dizer, em
todo o país, as cenas de agressão ocorridas nesta segunda-feira (17), dentro do
estúdio da rádio Planalto FM em Catunda, praticadas pelo vereador Thiago do
Ivan (PDT) contra o advogado Ronaldo Feijão, no momento em que ia ao ar um
programa do Sindicato dos Servidores Públicos. A confusão aconteceu logo após o
advogado citar na rádio que o vereador havia dado um voto desfavorável aos
servidores na Câmara Municipal e foi transmitida através das redes sociais.
A prefeita Ravenna Lima, que também é presidente
municipal do PDT, se manifestou por meio das redes sociais e disse que
"não coaduna com qualquer tipo de violência e que o fato trata-se de
questão personalíssima entre os envolvidos, não representando a ideologia do
partido ou qualquer questão político-partidária". Mesma postura da gestora
foi adotada pela Câmara Municipal, por meio da presidente Lindomária Muniz,
afirmando que "a Casa não compactua com nenhum tipo de violência e que a
questão é pessoal entre os envolvidos, fora do exercício das suas
funções".
O diretório estadual do Partido Democrático
Trabalhista condenou "veementemente qualquer tipo de ato de violência em
um ambiente onde deve prevalecer o debate respeitoso de ideias, assim como o
direito à liberdade de expressão" e acompanhará a investigação junto às
autoridades para posterior avaliação intrapartidária".
Em nota, a direção da Planalto FM disse que
"lamenta o episódio e entende que a capacidade do diálogo norteia a boa
convivência". A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) de Sobral também
lançou nota em repúdio, "informando que todas as medidas legais cabíveis
estão sendo verificadas junto ao colega ofendido e serão tomadas com o devido
rigor e apoio da OAB Subsecção Sobral, nas esferas disciplinar, cível e
criminal".
O vídeo também foi compartilhado nas redes sociais
por políticos como a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e o deputado
estadual André Fernandes (Republicanos), mencionando Thiago como
correligionário de Ciro Gomes, filiado ao partido, no afã de atacar o
pré-candidato a presidente da república.
Versões
Após o episódio, o vereador justificou em
entrevista o episódio. "O que aconteceu foi que perdi o controle, a
paciência, ele tomou a mim como uma questão particular. Foi a calúnia, ele
mentir e dizer que eu pedi para professores retirarem os processos e as causas
movidas contra a Prefeitura de Catunda e eu não pedi, eu sou professor. Se eu
nunca fiz esse pedido para as pessoas e se nunca foi um iniciativa minha, como
ele tem coragem de ir numa rádio e levantar uma mentira dessa contra
mim?", questionou.
Ronaldo disse que o sindicato tem reivindicado alguns pontos do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 379/2021 — que prevê mudanças no regime jurídico dos servidores, incluindo a licença prêmio. Nesse contexto, as críticas têm sido direcionadas aos vereadores que votaram a favor do projeto, que, segundo ele, “retira os diretos dos servidores”. “Nós já estávamos com 17 minutos de programa. Eu estava comentando os processos judiciais e os votados por ele e outros da Câmara”, disse. O profissional registrará um Boletim de Ocorrência e deverá entrar com ações nas áreas cível e criminal.
A Voz de Santa Quitéria