A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) pediu nessa terça-feira (9) uma ação urgente para aumentar a produção de vacinas contra a covid-19 nos países em desenvolvimento. Afirmou que unidades de produção poderiam ser construídas em seis a sete meses ou menos da metade do tempo anteriormente imaginado.
Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra de Finanças da Nigéria que até recentemente era presidente do conselho da coalizão global GAVI - para o acesso igualitário ao número limitado de vacinas - assumiu o principal cargo do órgão de fiscalização do comércio global na semana passada. Ela disse que a saúde e o acesso às vacinas constituirão prioridade.
"O fato é que cada dia a mais em que a escassez das vacinas continuar, as pessoas pagarão com suas vidas", disse Okonjo-Iweala em uma cúpula de dois dias focada na produção de imunizantes contra a covid-19, acrescentando que cerca de 130 países ainda aguardam pelas vacinas.
Os membros da OMC devem discutir uma possível renúncia aos direitos de propriedade intelectual para medicamentos contra a covid-19 nesta quarta-feira (10), medida que pode permitir que os produtores em mais países comecem a fabricar doses dos imunizantes.
No
entanto, atualmente as negociações estão sob impasse, com vários países ricos
opondo-se à renúncia, afirmando que isso prejudicará a custosa pesquisa que
permitiu, primeiramente, a produção de vacinas contra a doença.
Okonjo-Iweala
disse que as restrições à exportação relacionadas à pandemia têm caído nos
últimos meses. Ela apelou aos países para que retirem ou reduzam as restrições
remanescentes, ou definam prazos para sua eliminação, a fim de ajudar a
minimizar os problemas na cadeia de suprimentos de vacina.
Agência Brasil