O
Ceará encontra-se em retomada da produção industrial após as perdas acumuladas
em decorrência da necessidade de se interromper parte das atividades
econômicas na pandemia do novo coronavírus. Nos últimos oito meses de
2020, o Estado acumulou uma alta de 120,7% da indústria após
queda histórica. Já na passagem de novembro para dezembro, o
Ceará cresceu 4,7%, acima de cinco vezes o resultado do Brasil (0,9%).
Já
na comparação com dezembro de 2019, na série sem ajuste sazonal, a indústria
cearense saltou 17,7%, estando entre 13 dos 15 locais pesquisados com
resultados positivos em dezembro.
As
informações foram consolidadas pela última Pesquisa Industrial Mensal Regional
(PIM-REG) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e
divulgada nesta terça-feira, 9. Os dados expressam um alento para o setor
que no segundo trimestre do ano passado apresentou queda de 42% na produção,
maior redução do País no período.
Após
o recuo expressivo, o retorno ao ritmo produtivo no Ceará se
mostrou eficiente e o Estado acumulou, em dezembro, o segundo melhor rendimento
do Brasil, com alta de 4,7%, ficando atrás apenas do Espírito Santo,
com 5,4%. Para o último mês de dezembro, a média nacional ficou em 0,9%.
Mas
mesmo em recuperação, ainda há impactos do fechamento temporário de
parte do setor durante as medidas mais restritivas que buscaram desacelerar a
disseminação do novo coronavírus. No comparativo entre o acumulado da produção
industrial cearense em 2020 e em 2019, o Estado teve uma redução
de 6,3%, a segunda maior do País. Queda influenciada principalmente
pela diminuição da produção de artefatos de couro, artigos para viagem e
calçados e também da confecção.
Os prejuízos, porém, podem ser revertidos ainda neste ano, já que a tendência
positiva, segundo estimativas do IBGE, pode se manter pelos próximos
meses. A pesquisa classifica o Ceará entre os doze estados
brasileiros que apresentaram mais rápida resposta de reversão da série de queda registrada
em decorrência da pandemia de Covid-19.
Dentre
os setores da indústria que mais influenciaram na retomada estão
a fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para o setor de
transporte); de bens intermediários (siderurgia e indústria da construção
civil); de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos); e de bens
de consumo semi e não-duráveis (calçados, vestuário, produtos têxteis).
O Povo