Usando
equipamentos especiais instalados na Estação Espacial Internacional (ISS), um
grupo de cientistas conseguiu um registro raro de um “jato azul”, um tipo
específico de relâmpago gerado nas nuvens de tempestade e que vai em direção ao
espaço. A observação foi descrita em um artigo publicado na Nature,
na última quarta-feira (20).
Conforme
explicam os autores do estudo, os jatos azuis são “descargas elétricas
atmosféricas semelhantes a raios com várias centenas de milissegundos de
duração, que se espalham em cones à medida que se propagam do topo das nuvens
de tempestade para a estratosfera”.
Ainda
de acordo com os cientistas, eles viram pelo menos cinco raios azuis disparando
do topo das nuvens, cada um com duração variando entre 10 e 20 milissegundos e
podendo chegar a até 50 km de altura na estratosfera. A animação a seguir,
criada pela Agência Espacial Europeia (ESA), mostra como o fenômeno acontece.
Veja:
Esses
jatos azuis foram observados em fevereiro de 2019, durante uma tempestade sobre
a ilha de Nauru, no Oceano Pacífico. Eles são originados a partir de uma “pane
elétrica” gerada pelo encontro entre duas nuvens com cargas diferentes,
enquanto a tonalidade azulada é efeito do estímulo ao nitrogênio
estratosférico.
Impossível
de ver da superfície terrestre
Devido
à distância e também por causa das nuvens das tempestades que os escondem, os
jatos azuis não podem ser observados a partir da superfície da Terra. Neste
caso específico, o registro foi feito com equipamentos do Monitor Europeu de
Interações Atmosféricas Espaciais (ASIM) presentes na Estação Espacial.
Segundo
os astrônomos, o estudo deste tipo de fenômeno, também conhecido como Emissões
de Luz e Perturbações de Frequência Muito Baixa devido a Fontes de Pulso
Eletromagnético (Elves, na sigla em inglês), ajuda a entender como ele pode
afetar a propagação das ondas de rádio, interferindo nas comunicações, além de indicar
como os raios influenciam a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.
TecMundo