A três dias dias do Natal, foi preso na manhã desta terça-feira o
prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Bezerra Crivella (Republicanos).
O político era investigado em um inquérito que ficou conhecido como o “QG da
Propina” – um esquema de corrupção que
acontecia dentro da prefeitura.
Além
de Crivella foram presos Rafael Alves, homem de confiança do prefeito e
apontado como operador do esquema, o vereador Fernando Moraes. O ex-senador
Eduardo Benedito Lopes também é alvo ação que é comandada pela Coordenadoria de
Investigação de Agentes com Foro (CIAF) e pelo Ministério Público estadual, mas
não foi encontrado em casa. A decisão é da desembargadora Rosa Helena Penna
Macedo Guita.
Era
pouco antes das 6h quando os investigadores chegaram na caso de Crivella, na
Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Quatro carros com policiais e promotores
pararam no local. Crivella será levado para a Cidade da Polícia, na Zona Norte.
A investigação “QG da Propina” mira no governo Crivella
está baseada na colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela
operação Câmbio, Desligo no ano passado.
Na
delação, homologada pelo Tribunal de Justiça do Rio, Mizrahy se referiu a um
“QG da propina” dentro da Riotur e apontou Rafael Alves, homem de confiança do
prefeito, como operador do suposto esquema.
O
doleiro afirmou na delação que Rafael Alves se tornou um dos homens de
confiança de Crivella ao articular doações para sua campanha eleitoral de 2016.
Ele ainda contou que Alves emplacou o irmão na presidência da Riotur e
viabilizou “a contratação de empresas para a prefeitura e o recebimento de
faturas antigas em aberto, deixadas na gestão do antigo prefeito Eduardo Paes,
tudo em troca de pagamentos de propina”.
Aos
promotores, Mizrahy disse que recebia semanalmente de Rafael cheques de
prestadores de serviço da prefeitura. O doleiro contou que um deles era uma
propina da empresa Locanty, que faz serviços de limpeza, coleta de lixo e
locação de veículos. Embora não tenha contratos na gestão Crivella, a companhia
cobra dívidas deixadas pela administração anterior.
Para
comprovar o seu depoimento, Mizrahy relata episódios ocorridos nos dias 10 e 11
de maio do ano passado, logo após sua prisão. Diz que dois funcionários da
Riotur, empresa comandada pelo irmão de Rafael, estiveram naqueles dois dias na
casa de Mizrahy para “resgatar” com a sua mulher cheques destinados ao
pagamento de propina da Locanty. O doleiro os chama de Johny e Thiago no
depoimento. O GLOBO apurou que seus nomes completos são Jones Augusto Xavier de
Brito e Thiago Vinícius Martins Silva, e que, de fato, estiveram empregados na
Riotur naquele período — atualmente, apenas Thiago continua na empresa
municipal, lotado no gabinete da presidência; Jones desligou-se em julho deste
ano da Riocentro S.A.
Exame