O presidente Jair
Bolsonaro disse ontem que não vai tomar a vacina contra a covid-19. Ele já foi diagnosticado
e se curou da doença em julho, mas ainda não há evidências científicas
robustas sobre o alcance da imunidade após a infecção.
Bolsonaro ainda defendeu, outra vez, não obrigar a vacinação de todos.
Cientistas veem nas falas desestímulos à vacinação em massa, essencial para
conter o vírus, e dizem que não é hora de debater a obrigatoriedade da vacina.
Desde o início de março, Bolsonaro nega a gravidade da pandemia, critica o isolamento
social e nem sempre usa máscara em eventos públicos.
“Como
cidadão é uma coisa e como presidente é outra. Mas como nunca fugi da verdade,
digo: não vou tomar a vacina. Se alguém acha que minha
vida está em risco, o problema é meu e ponto final”, declarou Bolsonaro ao
apresentador José Luiz Datena, da TV Band.
A
postura é diferente de outros líderes estrangeiros, que têm falado em tomar a
vacina para incentivar a sociedade. Para a virologista Giliane de Souza
Trindade, da UFMG, o governo parece trabalhar contra a vacina.
“Se ele estivesse preocupado em zelar pela saúde, deveria ser o primeiro a dar
exemplo. Isso faz muito mal e tem repercussões lá fora.” Já o presidente
da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que essa e
outras posturas do presidente são lamentáveis e afirmou ter “fé” de que Bolsonaro
compreenda o papel que a sociedade reservou a ele”.
Exame