A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta
terça-feira (3), a Operação Cartão Vermelho, que investiga suposto
desvio de recursos públicos destinados ao combate do novo coronavírus em
Fortaleza. São cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em domicílios de
investigados na capital, São Paulo e Pelotas/RS.
A operação decorre de Inquérito Policial instaurado
em junho de 2020 para apurar crimes de corrupção, malversação/desvio de
recursos públicos federais e fraude em procedimento de dispensa de licitação no
contexto do enfrentamento ao coronavírus, em Fortaleza, em específico no
Hospital de Campanha montado no Estádio Presidente Vargas.
A investigação policial aponta prejuízos aos cofres
públicos superiores a R$ 7 milhões, tendo sido autorizado pela Justiça Federal
o bloqueio desses valores em contas das pessoas jurídicas investigadas. As
investigações continuam com análise do material apreendido na operação policial
e do fluxo financeiro dos suspeitos.
A Polícia Federal apontou indícios de atuação
criminosa de servidores públicos da secretaria municipal de saúde de Fortaleza,
gestores e integrantes da comissão de acompanhamento e avaliação do contrato de
gestão, dirigentes de organização social paulista contratada para gestão do
hospital de campanha e empresários.
Indícios de fraudes em licitação
Segundo a Polícia Federal, as investigações
demonstraram indícios de fraude na escolha da empresa contratada em dispensa de
licitação; compra de equipamentos de empresa de fachada; má gestão e
fiscalização da aplicação dos recursos públicos no hospital de campanha e
sobrepreço nos equipamentos adquiridos, comparando-se com outras aquisições
nacionais sob mesmas condições no contexto de crise pandemia.
Os investigados poderão responder, na medida de
suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato, ordenação
de despesa não autorizada por Lei e organização criminosa, e, se condenados
poderão cumprir penas de até 33 anos de reclusão.
A Operação Cartão Vermelho ocorre em parceira com a
Controladoria Geral da União. O trabalho conta com a participação de 120
policiais federais e 22 servidores da CGU.
Diário do Nordeste