Nesta
semana, um grupo de indústrias de bens de consumo, formado por BRF, Coca-Cola,
Danone, General Mills, Heineken, Kellogg's, L'Oréal, Mars, Mondelez, Nestlé,
Pepsico e JBS, anunciou um compromisso público pela equidade racial em toda
cadeia produtiva. O manifesto é resposta à morte por asfixia de João Alberto
Freitas, homem negro de 40 anos, por dois seguranças de uma loja do Carrefour,
em Porto Alegre, e que vem gerando uma série de protestos e boicotes à rede
pelo Brasil.
As
marcas, que são fornecedoras do Carrefour e juntas reúnem 235 mil colaboradores
no País, destacaram que o primeiro passo é assumir a realidade do racismo e
"admitir que ainda ocorrem diariamente atitudes que perpetuam o
preconceito, a exclusão, as desigualdades e a violência".
O
próprio Carrefour, após as fortes repercussões negativas em torno do caso,
também anunciou a criação de um Comitê Externo de Livre Expressão sobre
Diversidade e Inclusão para assessorar, de maneira livre e independente, o
Carrefour Brasil em diretrizes e ações contra o racismo em todas as unidades da
rede.
Entre
outras medidas adotadas, ontem, após uma semana do assassinato de João Alberto,
todas as lojas do Carrefour permaneceram fechadas até as 14 horas, sendo
reabertas com um minuto de silêncio. Também foram anunciadas ações como a
transformação do modelo de segurança da rede; a criação de metas anuais para a
formação e ascensão em carreiras dentro do Carrefour, em diferentes áreas, de
pessoas negras; e treinamento, seleção e recrutamento a partir de valores de
respeito e direitos humanos em toda a cadeia de valor.
Na
avaliação da publicitária Tatiana Lima, as medidas são importantes, inclusive,
o pedido de desculpas feito pelo próprio presidente do grupo Carrefour no
Brasil, Noel Prioux, em rede nacional. Porém, ela entende que é preciso avançar
e garantir que as ações do comitê sejam, de fato, implementadas e monitoradas
ao longo do tempo para que possam surtir uma transformação verdadeira na
cultura da empresa.
O POVO Online