A
esposa de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, homem negro espancado e
morto por dois homens brancos no supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS),
na noite desta quinta-feira (19), afirmou que o marido pedia ajuda enquanto era
espancado.
As
informações são do portal G1. Milena Borges Alves, de 43 anos, estava
pagando as compras no caixa do estabelecimento, e o marido saiu na sua frente.
"Eu estava pagando no caixa, daí ele desceu na minha
frente, quando eu cheguei lá embaixo ele já estava imobilizado. Ele pediu ‘Milena,
me ajuda’, quando eu fui, os seguranças me empurraram", afirmou. João
Alberto foi espancado por um segurança do Carrefour e um policial militar que
estava no local. Os dois homens, de 24 e 30 anos, foram presos em flagrante. O
crime é investigado como homicídio qualificado. A Delegacia de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre é responsável pelo caso.
Milena
conta que o companheiro era uma bastante pessoa brincalhona. "Estava
sempre com o gato dele, gostava do gatinho dele", afirmou a esposa. Paulão
Paquetá, amigo da vítima que também estava no supermercado, afirmou que João gritava
que não conseguia respirar. Ele conta que os dois homens deram um
golpe mata-leão e asfixiaram João, e só pararam quando ele estava sem
respirar, roxo. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
foi acionada e tentou reanimar João Alberto depois que ele foi espancado, mas
ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
O
espancamento teria iniciado após um desentendimento entre a vítima e uma
funcionária do supermercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha. A
funcionária acionou um segurança da loja e João Alberto foi levado da área de
caixas para a entrada do supermercado. De acordo com a Polícia Civil, João
iniciou a briga ao dar um soco no policial militar. Em nota divulgada nas redes
sociais, a rede de supermercados afirmou que lamenta profundamente o ocorrido e
que rompeu o contrato com a empresa de segurança. O comunicado diz que a empresa
lamenta profundamente o caso e que iniciou rigorosa apuração interna.
Vídeos
do homicídio foram divulgados nas redes sociais e causaram indignação. O caso
ocorreu na véspera do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta sexta-feira
(20).
Diário do Nordeste