sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Policiais e ex-agentes de segurança do Ceará são alvo da 2ª fase da Operação Gênesis

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O Ministério Público do Estado do Ceará cumpre, na manhã desta sexta-feira (16), 16 mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa formada, na maioria, por agentes e ex-agentes da segurança pública do estado do Ceará. A segunda fase da Operação Gênesis acontece em Fortaleza e em Caucaia.

Entre os alvos estão três policiais militares e três policiais civis da ativa, nove suspeitos de tráfico de drogas e um ex-policial militar. A organização criminosa é suspeita de diversos crimes como extorsão, tráfico de drogas, comércio ilegal de arma de fogo, organização criminosa, entre outros. Os documentos foram expedidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas.

Investigação

A investigação teve início no final do ano de 2016, com o objetivo de desvendar as ações delituosas de grupos ligados a organizações criminosas, responsáveis pelo tráfico de drogas e armas, assaltos e homicídios na capital cearense e região metropolitana.

Na primeira fase da Operação Gênesis, os agentes públicos de segurança que integravam a organização criminosa investigada agiam no exercício de suas funções e se utilizavam do aparato estatal para cometer ilícitos. Durante a investigação, no primeiro semestre de 2017, entre os meses de abril e agosto, foi possível identificar outras condutas delituosas envolvendo agentes da segurança pública com traficantes, que se estruturaram de forma organizada para realizar vários crimes e foram objeto dessa segunda fase da operação.

 

A organização criminosa desarticulada nesta segunda fase da operação agia de forma idêntica ao grupo denunciado na primeira fase, formado principalmente por policiais e seus informantes que extorquiam e espoliavam as vítimas, selecionadas entre criminosos.

Informantes e abordagens a traficantes

De acordo com o promotor de Justiça Adriano Saraiva, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os agentes primeiramente se reuniam com os informantes que escolhiam na maioria das vezes um traficante com alto poder aquisitivo. “O esquema na verdade funcionava da seguinte forma. Os policiais militares e policiais civis se reuniam com os informantes. E esses informantes escolhiam um alvo. Geralmente era traficante de poder aquisitivo. E esse informante escolhia esse traficante e era feita uma simulação de uma compra de droga”, explica.

Ainda segundo Adriano, após combinar o preço da droga, os agentes abordavam o traficante. “Neste momento, o traficante era abordado e era feita a extorsão. Era feita a promessa de que ele não seria preso que não seria instaurado nenhum procedimento, mas desde que ele oferecesse a vantagem devida”, disse.

A célula policial agia com o apoio dos demais criminosos, objetivando, na maioria das vezes, a extorsão e a revenda de materiais apreendidos, inclusive drogas e armas, numa espécie de "consórcio do crime". O valor movimentado é estimado em mais de R$ 2 milhões em apenas sete meses.

"Oferecida essa vantagem devida, os policiais além de receber esse dinheiro, eles também apreendiam a drogas os materiais ilícitos, armas e revendiam esse material. Ficou constatado uma movimentação em menos de sete meses de mais de R$ 2 milhões com relação a essa revenda desses materiais ilícitos apreendidos com esses traficantes”, acrescentou o promotor de Justiça.

A operação conta com o apoio da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social; do Departamento Técnico Operacional (DTO) da Polícia Civil; da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD); da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e do Comando da Polícia Militar.

 

G1 -CE


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