O
ministro Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
afirmou que o governo Jair Bolsonaro, após 1 ano e nove meses de gestão, ainda
"não teve tempo" para cuidar da Amazônia e do Pantanal. Os dois
biomas sofrem com o aumento de queimadas desde o início do governo, o que gerou
uma pressão internacional sobre o País. Heleno também disse que a floresta
tropical amazônica suporta "maus tratos".
"Nós
sabemos exatamente o que temos que fazer na Amazônia brasileira e no Pantanal,
só que não houve tempo ainda de colocar em prática, de colocar gente para fazer
isso", disse Heleno, ao comentar cobranças estrangeiras para que o Brasil
cuide melhor das matas nativas. "Podemos melhorar a vigilância do
desmatamento da Amazônia? Podemos, claro, devemos fazer isso. Mas é o que eu
digo, o governo Jair Bolsonaro tem 1 ano e nove meses, não há como resolver
todos os problemas do Brasil. Passamos 40 anos tendo uma gestão catastrófica de
nossos recursos, inclusive os recursos naturais."
"A
Amazônia consegue suportar até os maus tratos que sofreu", argumentou
Heleno.
Para
reagir às críticas internacionais de governos, ambientalistas e empresas, o
presidente Jair Bolsonaro tem usado na Organização das Nações Unidas o
argumento de que a floresta amazônica é úmida e, portanto, "não pega
fogo".
O
ministro ignorou mudanças na legislação e na política ambiental lideradas pelo
Ministério do Meio Ambiente, como o corte de verbas para brigadas florestais. O
Ministério Público Federal pediu à Justiça que o ministro Ricardo Salles seja
afastado do cargo por causa do desmonte nas ações de preservação.
O
governo Bolsonaro tomou a decisão de centralizar no vice-presidente Hamilton
Mourão, general da reserva do Exército e também ex-comandante de brigadas na
Amazônia, as operações ambientais. Ele preside o Conselho Nacional da Amazônia
Legal. O orçamento anunciado para a Operação Verde Brasil foi de R$ 60 milhões.
Heleno,
no entanto, disse que as áreas de selva têm poucos habitantes e eleitores -
"durante muito tempo foi considerado não compensador tratar da Amazônia
com a seriedade que merece". Segundo o ministro, tudo na Amazônia é
"muito caro" pelas distâncias, falta de infraestrutura e meios de
transporte.
A VOZ DE SANTA QUITÉRIA