A
Petrobras anunciou, na última sexta-feira (9), um reajuste médio de 4% (R$
0,07) da gasolina e de 5% (R$ 0,08) do óleo diesel nas refinarias, que passou a
valer no sábado (10). Com a alta, o litro da gasolina será vendido às
distribuidoras a R$ 1,82, em média, e o do diesel a R$ 1,76. No Ceará, contudo,
de acordo com o Sindipostos, os motoristas poderão sentir variação nas bombas
em até 10 dias, a partir do momento em que os estoques dos postos forem
acabando.
Conforme
o assessor econômico da instituição, Antônio José, os postos de combustíveis
que têm estoques maiores demorarão um pouco mais para repassar os preços ao
consumidor final. "É importante pesquisar quando for abastecer, já que
alguns locais poderão oferecer preços mais atrativos", diz.
Segundo
o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, a alta dos derivados se
dá pela variação cambial, uma vez que a Petrobras, como importadora e
exportadora, deve manter paridade internacional quanto ao valor dos barris de
petróleo, senão sairia prejudicada.
No
entanto, para o consultor, a alta da gasolina e do diesel é inesperada,
considerando que na última sexta-feira (9), o preço do petróleo cru fechou em
US$ 40, uma queda de 1,6%. A flutuação deveria gerar uma movimentação inversa
nos preços dos postos.
"A
Petrobras tem que seguir o resultado da equação. O problema é que não sabemos
prognosticar como será daqui a uma semana ou um mês. A tendência é que haja um
equilíbrio em até 30 dias, e o consumidor sentirá um impacto negativo no
bolso", afirmou.
Queda
A
Petrobras informou que, de janeiro até o último reajuste, a gasolina acumulou
queda no mercado interno de 5,3% e o diesel, de 24,3%. Em julho e agosto, o
preço médio da gasolina na produção correspondeu a cerca de 30% do preço
cobrado nos postos combustíveis. No caso do óleo diesel, a participação foi de
49%.
"Os
preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos
associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência bastante
limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. O preço do
diesel e da gasolina vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor
cobrado nas refinarias da Petrobras",disse a empresa.
A
petrolífera destacou que, até chegar ao consumidor final, são acrescidos aos
valores de refinaria os tributos federais e estaduais, custos para aquisição e
mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, além das margens
brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.
"Como
a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis
e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros
integrantes da cadeia de combustíveis". A Petrobras ainda afirma que o
preço médio do diesel ao consumidor no Brasil está 32% inferior à média global.