Cinco Regiões de Saúde do Ceará tiveram aumento da taxa de
positividade da Covid-19. São elas: coordenadoria de saúde de Canindé, Tauá,
Camocim, Icó e Juazeiro do Norte. Cada área inclui uma série de cidades
localizadas nestas regiões. O aumento foi registrado no IntegraSus, plataforma
da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
O
índice denominado “taxa de positividade” evidencia um dos aspectos da
circulação do vírus em cada local. O aumento considera o período entre as
semanas epidemiológicas 38 (do dia 13 a 19 de setembro), 39 (20 a 26 de
setembro) e 40 (27 de setembro a 3 de outubro).
De
modo geral, a taxa vinha em queda no estado, e no começo de setembro (do dia 6
ao dia 12) alcançou o menor patamar com 12,50% do total de exames positivos. Ao
todo, os 184 municípios cearenses estão divididos em 22 coordenadorias de
saúde.
No
Ceará, a cada 100 exames feitos até o início de outubro, 15% eram positivos. No
auge da pandemia, em maio, a cada 100 amostras, 77 eram positivas. Na semana
epidemiológica 38, o índice voltou a crescer, efeito do aumento em algumas
regiões específicas do Ceará. Essa ampliação gera alerta e, somada ao acréscimo
de casos e óbitos, levou o Governo Estadual a não atualizar o decreto de
retomada das atividades econômicas e sociais na semana passada.
Crescimento da
taxa de positivade da Covid-19 por região de saúde
Região de
Saúde |
Semana
epidemiológica 38 |
Semana
epidemiológica 40 |
Canindé
(Boa Viagem, Canindé, Caridade, Itatira, Madalena e Paramoti) |
25% |
39% |
Tauá
(Aiuaba, Arneiroz, Parambu e Tauá) |
39% |
57% |
Camocim
(Barroquinha, Camocim, Chaval, Granja e Martinópole) |
15,84% |
27% |
Icó
(Baixio, Cedro, Icó, Ipaumirim, Lavras da Mangabeira, Orós e Umari) |
29% |
48% |
Juazeiro
do Norte (Barbalha, Caririaçu, Granjeiro, Jardim, Juazeiro do Norte e Missão
Velha) |
24% |
39% |
Fonte: Integra Sus/Sesa
A
coordenadora da Vigilância Epidemiológica e Prevenção da Secretaria da Saúde do
Ceará (Sesa), Ricristhi Gonçalves, explica que em alguns momentos foram
observados perfis de aumentos de casos e óbitos em coordenadorias, porém, que
não têm se confirmado nas semanas subsequentes. "Mas a gente avalia isso
semanalmente para ver como está a situação nessas regiões. Não olhamos apenas
para um indicador. Não olhamos só para casos, nem só para óbitos, a gente
também observa a ocupação de leitos e a positividade das amostras que estão
indo para exame”, explica.
De
acordo com Ricristhi, o que se observa atualmente sobre o aumento de
positividade “é um alerta importante porque é um primeiro sinal que a
circulação viral ainda está acontecendo, ou seja, a transmissão pode
continuar”.
Na
avaliação dela, o aumento, muitas vezes, pode ser atribuído ao relaxamento nas
medidas de controle e de proteção individual. A positividade dos testes é uma
evidência que chama a atenção pois se os exames estão dando positivo, está
tendo circulação de vírus. "Se as pessoas estão adoecendo elas podem vir a
complicar e serem hospitalizadas e essa hospitalização pode acontecer por um
longo período. O indivíduo pode ter um desfecho negativo. O primeiro sinal é a
positividade dos exames aumentando”, explica a coordenadora.
Ricristhi
diz ainda que o estado, junto aos governos municipais, vai realizar um
inquérito de circulação viral e um inquérito soro epidemiológico em municípios
das cinco regiões do Ceará. “Para termos uma ideia mais exata do que está
acontecendo nesses municípios”, completa. A investigação deverá ser iniciada em
uma cidade da Região Norte e seguir para o Sertão Central.
G1 CEARÁ