O
presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (21) que o governo federal não comprará
a vacina CoronaVac, que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa
Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. De acordo com ele, antes de ser
disponibilizada para a população, a vacina deverá ser “comprovada
cientificamente” pelo Ministério da Saúde e certificada pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O
povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário
aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”,
escreveu Bolsonaro em publicação nas redes sociais.
Ontem
(21), após reunião virtual com governadores, o ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, assinou um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses
da CoronaVac, com o objetivo de ampliar a oferta de vacinação para os
brasileiros. O ministério já tinha acordo com a AstraZeneca/Oxford, que previa
100 milhões de doses da vacina, e outro acordo com a iniciativa Covax, da
Organização Mundial da Saúde, com mais 40 milhões de doses.
Segundo
o ministério, o processo de aquisição ocorreria somente após o imunizante ser
aprovado e obter o registro junto à Anvisa. Para auxiliar na produção da
vacina, a pasta já havia anunciado o investimento de R$ 80 milhões para
ampliação da estrutura do Butantan.
A
CoronaVac já está na Fase 3 de testes em humanos e, segundo Instituto Butantan,
ela é uma vacina segura, ou seja, não apresenta efeitos colaterais graves. Ao
todo, os testes serão realizados em 13 mil voluntários e a expectativa é que
sejam finalizados até dezembro.
Caso
a última etapa de testes comprove a eficácia da vacina, ou seja, comprove que
ela realmente protege contra o novo coronavírus, o acordo entre a Sinovac e o
Butantan prevê a transferência de tecnologia para produção do imunizante no
Brasil. A CoronaVac prevê a administração de duas doses por pessoa.
Ministério
da Saúde
Já
em pronunciamento na manhã de hoje, o secretário executivo do Ministério
da Saúde, Elcio Franco, informou que “houve uma interpretação equivocada da
fala do ministro da Saúde” e não houve qualquer compromisso com o governo do
estado de São Paulo no sentido de aquisição de vacina contra a covid-19.
“Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto
Butantan, sem caráter vinculante, por se tratar de um grande parceiro do
Ministério da Saúde na produção de vacinas para o Programa Nacional de
Imunizações [PNI]."
Franco
esclareceu que é “mais uma inciativa para tentar proporcionar vacina segura e
eficaz para a nossa população, neste caso como uma vacina brasileira” e se
estiver disponível antes da vacina da AztraZeneca/Oxford ou da Covax. “Não há
intenção de compra de vacinas chinesas”, ressaltou.
O
secretário reforçou que qualquer vacina depende de análise técnica e aprovação
da Anvisa, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e pela
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Sistema Único de
Saúde (SUS). Franco reafirmou que quando qualquer vacina estiver disponível,
certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, ela será
oferecida aos brasileiros por meio do PNI e, “no que depender desta pasta, não
será obrigatória”.
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atualizada às 12h20 para complemento de informações