O
diretor-presidente da Anvisa, Antônio
Barra Torres, reforçou que as agências reguladoras não trabalham por
iniciativa própria, então precisam receber demandas das empresas envolvidas nas
pesquisas de uma potencial vacina contra a Covid-19 para
aprovar ou não seu registro. “Não depende de nós, depende do desenvolvimento
dos estudos e da submissão do pedido de registro. De fato, ficamos à espera dos
desenvolvedores e esperamos que eles tenham sucesso. De qualquer país,
nacionalidade ou empresa, desde que possamos ter acesso a todos os dados”,
disse.
Em
entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Barra
Torres alegou que é normal que as etapas de aprovação de
uma vacina aconteçam simultaneamente. De acordo com
ele, a análise dos estudos clínicos e a autorização para envio das
matérias-primas ao Brasil acontecem ao mesmo tempo para que se tenha a
disponibilização do imunizante no menor prazo possível. “A autorização da vinda
das matérias-primas não libera o uso imediato para ninguém. Ela vai entrar em
uma linha de produção paralela aos estudos, análises e concessão do registro.
Não há garantia de nada, mas o mundo trabalha assim. Seguir uma etapa de cada
vez seria prolongar demais esse tempo”, disse.
Antônio Barra
Torres reforçou
que ainda não há concessão de registro para nenhuma vacina porque
os estudos não terminaram. “Nesse momento não temos vacina pronta
para ser utilizada. Essa rapidez nos processos não é uma invenção brasileira,
temos contato com agências reguladoras do mundo todo. O mundo todo se prepara
assim. No Brasil, estamos fazendo tudo de acordo com a ciência e passando longe
de politização. Assuntos políticos não interessam, não nos diz respeito, não
foi para isso que nos preparamos”, explicou o diretor-presidente da Anvisa.