O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal
(STF), decidiu adiar o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no caso que
apura se houve interferência indevida na Polícia Federal (PF) até que o
plenário da Corte julgue um recurso da Advocacia-Geral da União (AGU).
Bolsonaro havia sido intimado pela PF a escolher uma data entre os dias 21 a 23
de setembro para o interrogatório presencial.
A AGU, no entanto, havia recorrido, nesta
quarta-feira, para que o depoimento do presidente fosse tomado por
escrito, e não pessoalmente. Marco Aurélio disse que submeterá o tema ao
Plenário, o que na prática inviabiliza a tomada de depoimento na próxima semana,
como a Polícia Federal tentava agendar.
A decisão pelo depoimento presencial foi tomada
pelo ministro STF, Celso de Mello, mas, como o decano está de licença médica,
caberá a Marco Aurélio Mello decidir sobre o recurso da AGU.
O ministro afirmou que, até o momento, seu
gabinete ainda não recebeu o recurso da defesa de Bolsonaro, mas que remeterá
ao Plenário do tribunal assim que chegar. Segundo Marco Aurélio, não seria
adequado ele, sozinho, cassar a decisão do colega.
"Eu jamais examinaria o merecimento do ato
dele, sozinho. Então como a Polícia Federal já adiantou os dias 21, 22 e 23 o
agendamento, eu resolvi parar. A consequência da decisão de submissão ao
Plenário é não se ter o depoimento enquanto isso. Por consequência, seria o
adiamento", disse Marco Aurélio.
A VOZ DE SANTA QUITÉRIA