Após
crescer 6,71% de maio para junho, a atividade econômica no Ceará avançou 4,75%
na passagem de junho para julho, superando o desempenho obtido pela região
Nordeste (1,60%) e pelo Brasil (2,15%).
Já
na comparação com julho de 2019, a atividade no Ceará apresentou retração de
0,95%, mas também superou os resultados registrados na média regional (-3,59%)
e nacional (-4,89%). O dado é referentes ao Índice de Atividade Econômica do
Banco Central - Ceará (IBC-CE), divulgado ontem (15).
Para Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), a queda dos números de casos de coronavírus no Estado aliada à retomada gradual das atividades vem contribuindo para a recuperação econômica cearense. E a tendência é que o Estado permaneça nessa trajetória nos próximos meses.
"O
Ceará vem tendo esse crescimento da atividade de forma escalonada sem que haja
crescimento dos números efetivos da doença. Isso vai gerando uma recuperação
mais sólida e constante nas próximas etapas", diz.
Coimbra
destaca ainda que os resultados de agosto e setembro tendem a ser ainda
melhores devido à reabertura de outras atividades no Estado.
"Esses
números só vão aparecer mais a frente, então é provável que a gente tenha uma
melhora mais efetiva do que o outros estados na nossa região", prevê o
economista.
"Além
disso, a solidez fiscal do Estado do Ceará também contribuiu nessa perspectiva
de uma retomada mais sólida. O Estado manteve sua capacidade de investimento,
de pagamento de suas contas, gerando até a possibilidade de ajuda na área
econômica com a postergação do pagamento de imposto".
Expectativa
revisada
No
acumulado de janeiro a julho, a atividade econômica cearense apresentou queda
de 3,96%, ficando abaixo do resultado registrado no Nordeste (-3,17%). Mas no
acumulado de 12 meses até julho, o Ceará apresentou retração de 1,39%, enquanto
o Nordeste registrou queda de 1,56%.
Divulgado
mensalmente pelo Banco Central, o IBC é considerado a prévia do Produto Interno
Bruto (PIB) do País, regiões e estados.
Em
junho, a expectativa do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
(Ipece) era de queda de 4,92% do PIB estadual para 2020. Mas, diante da
recuperação da atividade, Coimbra avalia que o resultado seja revisado
"O
crescimento do Ceará acima do patamar nacional e do Nordeste deve gerar uma
perspectiva de que o impacto da quarentena no PIB de 2020 seja menor do que se
esperava inicialmente, podendo ficar com uma queda de 1,8% a 2%, em vez de uma
retração de quase 5% como se imaginava".
No
primeiro trimestre, parcialmente afetado pela quarentena, o PIB do Ceará
apresentou queda de 0,45% enquanto o do Brasil caiu 0,3%.
Diário do Nordeste