
O preço dos medicamentos vendidos aos hospitais
do país subiu 16,4% durante os cinco primeiros meses da pandemia da covid-19 no
Brasil, de março e julho. Os dados, divulgados hoje (20), são do Índice de
Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), da Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe) e da Bionexo. Segundo o levantamento, a alta foi
impulsionada por três grupos de medicamentos utilizados no tratamento de
pacientes com a covid-19: suporte ao aparelho cardiovascular, com elevação de
92,6%; sistema nervoso, de 66%; e aparelho digestivo e metabolismo, de 50,4%.
Os aumentos principais foram de remédios relacionados a analgesia, anestesia,
suporte ventilatório e suporte vital. Também apresentaram aumento expressivo os
preparados hormonais sistêmicos, de 21,8%, e do sistema musculoesquelético, de
18,2%, utilizados nas unidades de terapia intensiva (UTI). “Entre os fatores
que contribuíram para o aumento dos preços observado pode-se destacar dois. O
primeiro deles, que tem impacto abrangente, foi a desvalorização cambial, que
afeta o preço de medicamentos e insumos cujos mercados estão atrelados à moeda
estrangeira.
O segundo aspecto, mais específico, foi o aumento brusco da
demanda das unidades de saúde por medicamentos associados aos cuidados
dispensados aos pacientes da covid-19, principalmente aqueles em estado mais
grave”, disse o coordenador de pesquisas da Fipe, Bruno Oliva. Julho Em julho,
o preço dos remédios hospitalares registrou um avanço de 1,74%, resultado que
representa uma aceleração menor em relação à variação observada no mês
anterior, de 4,58%. No acumulado do ano, de janeiro a julho, o índice registra
alta de 18,72%. De acordo com a Fipe, entre os motivos que podem ter
contribuído para a aceleração menor no último mês estão a estabilização da taxa
de câmbio, a reestruturação gradual das condições de mercado, a queda dos casos
de covid-19 nos grandes centros urbanos do país, e a readequação, ainda que
parcial, das condições de oferta após o choque inicial.
Agência Brasil