quinta-feira, 16 de julho de 2020

População imunizada é maior mas não garante segurança

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Regiões mais intensamente afetadas no início pandemia, como Fortaleza, apresentam recuo da disseminação, mesmo com a reabertura. Apesar de longe de uma imunidade coletiva, é certo que a quantidade de pessoas já imunizadas é muito maior que os números oficiais. Soma-se a esse fator, as medidas de proteção como uso de máscara e proibição de aglomerações. Pesquisas recentes sugerem que o porcentual de indivíduos infectados para atingir a imunidade coletiva seria menor do os 60% a 70% estimados. Contudo, nada é garantia de tranquilidade, visto que o não se sabe por quanto tempo dura a imunidade do organismo humano ao novo coronavírus.

A imunidade coletiva é a taxa de pessoas imunizadas em determinada população que pode conter a disseminação de uma doença. Uma imunidade rebanho considerando pessoas que já foram infectadas, e não a imunização por meio de vacina, acarreta um "custo" alto em termos de mortes em decorrência da patologia.

 Escolas, bares, academias e cinemas estão fora da 4ª Fase
Escolas, bares, academias e atividades de entretenimento presenciais como shows, espetáculos e cinema estão fora da 4ª Fase do Plano de Retomada da Atividade Econômica em Fortaleza, adiantou nesta quarta-feira, 15, Camilo Santana (PT).

Segundo o governador, há preocupação por parte do Comitê Estadual de Enfrentamento à Pandemia em relação às aglomerações, principalmente no retorno presencial das escolas. Ainda haverá avaliação se Fortaleza realmente entrará na quarta fase do Plano. Ele afirmou que o Comitê irá se reunir com os setores deixados de fora da 4ª Fase para avaliar protocolos sanitários e fases de retomada.

"(Vamos avaliar a possibilidade) de forma híbrida de retorno às aulas, sendo remota e presencial, e apresentar as expectativas para um calendário futuro", disse em entrevista a um telejornal.

O Comitê tem reunião marcada no final da semana. De acordo com Camilo, tanto os números de contágio, quanto os de atendimento (como taxa de ocupação de UTIs) têm caído.

O Ceará chega aos 141.832 casos confirmados e 7.081 mortos por Covid-19, conforme atualização da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), às 17h20min de ontem. Fortaleza segue com o maior número de casos no Estado, concentrando 38.754 confirmações da doença e 3.553 óbitos.

Sistema imunológico: por que a imunidade não é garantida
Qual é a resposta imunológica do organismo ao novo coronavírus? É uma proteção completa ou parcial, definitiva ou temporária? Ainda não sabemos o grau de proteção para a enfermidade. Algumas doenças podem acometer os indivíduos várias vezes ao longo da via. Conforme Luciana Costa, virologista do Instituto de Microbiologia e do Laboratório de Genética e Imunologia das Infecções Virais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), outros coronavírus endêmicos já conhecidos apresentam imunidade transitória.

"O que faz com que uma pessoa tenha vários episódios de infecção ao longo da vida", afirma. Pesquisa feita pela King's College, em Londres, na Inglaterra, apontou que o novo coronavírus pode ser detectado novamente, assim como uma gripe.

"Não estamos utilizando os melhores testes (de sorologia). Algumas marcas não funcionam bem. Estudos estão sendo feitos com diversos tipos de teste. Precisa ser feito com testes sensíveis o suficiente e em número maior. E a gente não sabe qual é valor de imunidade que vai fazer com que naturalmente o vírus pare de circular", explica.

Outra questão é que nem todos que entram em contato desenvolvem anticorpos. Keny Colares, infectologista do Hospital São José, e integrante do Comitê Estadual de Enfrentamento à Covid-19, detalha que os anticorpos são apenas uma parte do sistema imunológico. "Tem sido observado que muitas pessoas têm a infecção e não desenvolvem os anticorpos ou desenvolvem e desaparecem", diz.

A resposta do sistema imunológico pode ser humoral, realizada pelos linfócitos B, que detectam o patógeno e produzem o anticorpo, que fica livre na circulação. A resposta também pode ser celular, pelos linfócitos T, que reconhecem uma célula infectada e libera substâncias para eliminá-la, além de também participar da ativação do linfócito B. Medir a exposição de uma população a um patógeno é mais fácil pela análise dos anticorpos, visto que identificar resposta celular demanda metodologia mais complexa e cara, difícil de ser aplicada em larga escala.

O POVO


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