O
ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez hoje (22) um balanço as
ações da pasta, no sentido de dar suporte a famílias de baixa renda durante a
pandemia. Segundo ele, 10 milhões de unidades consumidoras com esse perfil são
beneficiadas com a gratuidade na conta de luz, desde que o consumo não seja
superior a 220 quilowatts por hora (kw/h).
O
ministro destacou também que, durante a pandemia, a capacidade de geração de
energia teve uma expansão de 3 gigawatts, ao mesmo tempo que a inadimplência
caiu de 10% para 2%. “Além disso saímos de uma queda na carga, que estava em
20% no início da pandemia [em parte pela diminuição do consumo no setor
industrial] para 2%”, acrescentou durante coletiva de imprensa online,
convocada para falar dos 60 anos do ministério.
Exportações
Albuquerque
acrescentou que o setor de minas e energia ocupou, no período entre janeiro e
junho, o segundo lugar no ranking de exportações, com 10,2% do total exportado,
o que equivale a US$ 10 bilhões. “O minério de ferro teve bastante importância
na nossa balança comercial, representando 44% das exportações da indústria
extrativa”, acrescentou.
Falando
especificamente sobre o setor de petróleo e gás, Albuquerque disse que, no ano
passado, os leilões “propiciaram que 50% dos bônus realizados no mundo fossem
feitos no Brasil”.
“A
Petrobras continuará com seu programa de desinvestimento, apesar de termos
suspendido alguns leilões por conta dos imprevistos deste ano. No que diz
respeito a energia, faremos apenas o leilão de transmissão do final de ano. E
provavelmente em agosto anunciaremos novos leilões para os próximos anos”,
disse o ministro referindo-se, também, a leilões de termelétricas.
Segundo
ele, esses leilões complementarão as medidas estruturantes pretendidas pelo
governo. Ele, no entanto, não quis dar mais detalhes sobre quais seriam essas
medidas. “Entendemos que já há um consenso em relação a diversas medidas que
dizem respeito à modernização do setor, o que é fundamental para dar segurança
aos investidores e para prestar melhores serviços aos consumidores. Mas não
quero adiantar quais serão as medidas porque elas ainda estão sendo construídas
e consensualizadas com o Congresso, com órgãos vinculados ao MME e com agentes
do mercado”, disse o ministro.
Petrobras
Abulquerque
voltou a negar que o governo tenha a intenção de privatizar a Petrobras. “Não
há nenhum movimento ou estudo do governo federal em relação à privatização da
Petrobras, que é uma empresa que orgulha os brasileiros e que tem papel
importante na economia, produção e na balança comercial”, disse
“O
desinvestimento feito ano passado na Petrobras resultou em recursos da da ordem
de US$ 16 bilhões, possibilitando que a empresa investisse US$ 27 bilhões
naquilo que é sua expertise, que é exploração de petróleo e gás em águas
profundas”, argumentou.
Segundo
o ministro, esse desinvestimento vai ao encontro do que é defendido pelo
Conselho Nacional de Política Energética, que é a busca por novos agentes e
empresas de pequeno e médio porte para atuar no setor.
“Isso
tem sido exitoso. Houve aumento da produção nas áreas e campos que foram
desinvestidos. No Rio Grande do Norte, por exemplo, o aumento foi da ordem de
30% na produção, comparando com 2019. Isso tem trazido benefícios à atividade
socioeconômica de nosso país”, acrescentou.
Eletrobras
Albuquerque
voltou a citar, como prioridade do governo, a capitalização da Eletrobras. “É
prioridade desde 2019, quando assumimos o governo. No período de transição já
trabalhávamos nesse processo. A aprovação, pelo Congresso Nacional, é
fundamental para que capitalizemos a empresa, dando maior competitividade ao
setor”, disse.
“Mas
volto a dizer: o Congresso Nacional é soberano na avaliação que faz em relação
aos projetos em tramitação”, ponderou.
AGÊNCIA BRASIL