Foram
registrados 2.316 novos casos de Covid-19 no Ceará ontem, 16. Desse total,
2.278 foram confirmações fora de Fortaleza. O número corresponde a 98,4% do
acréscimo observado em 24 horas. Em contínuo declínio de indicadores da
infecção, a Capital registrou 38 novos casos no período. Considerando as
últimas duas semanas, o Interior concentra 81,4% dos novos diagnósticos
laboratoriais. Foram 10.710 ante os 13.176 contabilizados no Estado nesse
ínterim.
Os
dados foram obtidos na plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará
(Sesa), atualizada às 18h26min dessa terça-feira. Os novos casos e novos óbitos
são noticiados de acordo com a data de confirmação, mediante o resultado dos
exames.
O
Ceará acumula 82.169 casos de Covid-19 e 5.192 mortes em decorrência da doença
doença. Balanço aponta ainda que 58.432 pessoas já se recuperaram no Estado e
54.303 casos seguem em investigação. O segundo município com maior número de
confirmações é Sobral, localizado na macrorregião de mesmo nome, na Região
Norte, com 4.268 casos. Ontem, foi contabilizado acréscimo de 241 casos no
município. Em seguida vêm Caucaia (3.012 casos confirmados, 231 mortos) e
Maracanaú (2.762 casos confirmados, 185 mortos), localizados na Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF).
A
macrorregião de Sobral apresenta maior incremento na incidência (novos casos)
da infecção nas últimas duas semanas, segundo o IntegraSUS. Quatro municípios
do território tiveram decreto de isolamento social rígido prorrogado no último
sábado, 13. São eles Sobral, Camocim, Acaraú e Itarema. Na macrorregião, a taxa
de ocupação dos leitos de (UTI) é de 88,57%.
Conforme
o infectologista Ivo Castelo Branco, coordenador do Núcleo de Medicina Tropical
da Universidade Federal do Ceará (UFC), é importante que a quarentena seja
cumprida para que haja contenção da doença. "Tem que tomar providências de
acordo com a necessidade e capacidade de fazer a quarentena em cada
local", explica. Segundo o infectologista, o Poder Público deve levar em
conta as particularidades das regiões e municípios para implementar medidas de
apoio a fim de que a população tenha condições de cumprir o isolamento.
"Ela
deve ser relaxada quando os casos estabilizam e começam a cair e a capacidade
de atendimento aumenta", frisa. Na Capital, a reabertura gradual foi
iniciado no dia 1º de junho, com a fase de transição."Só é possível saber
(se houve aumento de casos) com três semanas. Em outros países, quando houve a
liberação também foi registrado aumento de casos. A segunda onda tende a ser
menor porque já tem o modo de agir", pondera. (Ana Rute Ramires)
Aulas na rede
privada em Fortaleza podem retornar a partir de 20 de julho
A
Prefeitura de Fortaleza reduziu em 12 dias o período de suspensão das aulas
presenciais nas escolas privadas da Capital e possibilitou a antecipação da
volta às aulas. De acordo com o decreto que prorroga o isolamento social em
Fortaleza, publicado no domingo, 14, as atividades das instituições privadas de
ensino poderão voltar no dia 20 de julho. A rede pública segue com as aulas
presenciais suspensas até 31 de julho.
A
nova data depende do andamento do plano de reabertura e da redução dos índices
de Covid-19 que tem sido observada na Capital. Caso se perceba alguma piora nos
números da pandemia, a estratégia pode ser alterada novamente.
"A
abertura das escolas se dará na fase 4, assim como outras atividades e serviços
que serão liberados caso tenhamos passado das fases 1, 2 e 3 sem aumento
importante do número de óbitos e casos graves demandando leito de UTI",
afirmou o prefeito Roberto Cláudio em transmissão feita ontem nas redes
sociais.
Segundo
o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), o
retorno às atividades presenciais não acontecerá de uma só vez. Algumas escolas
devem adotar o ensino híbrido (combinação de aulas presenciais e virtuais) e
outras devem retornar gradualmente com as aulas presenciais para somente alguns
níveis de ensino.
"O
decreto municipal prevê o retorno das aulas no dia 20 de julho, pois estamos
enquadrados na fase quatro. Há de se ressaltar que é preciso observar a curva
do coronavírus nos municípios, dado que o cenário encontra-se diferente do da
Capital. Então, provavelmente, o retorno às atividades presenciais não
acontecerá de uma só vez, ou seja, em uma única data", afirmou em nota a
professora Andréa Nogueira, presidente do Sinepe-CE.
Por
meio da assessoria, a Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza (SME)
informou que o calendário da rede pública não foi antecipado também porque o
plano para retorno das aulas nos mais de 570 equipamentos - dentre escolas,
creches próprias e conveniadas - ainda está sendo elaborado pelo Grupo de
Trabalho que envolve Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, Sindicato
Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) e Colegiado de Gestores
Escolares.
"Vejo
essa como uma decisão responsável e que atende aos anseios da rede privada que
vinha sinalizando com um plano de retomada. O que pondero é que esse retorno,
seja ele na rede privada ou pública, deve ocorrer de forma bem planejada e com
as condições necessárias para que se efetive sem colocar em risco a vida dos
estudantes, suas famílias, professores e demais servidores", afirmou em
nota a professora Ciza Viana Moreira, coordenadora geral do Fórum Estadual de
Educação do Ceará e coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Aberta
do Brasil / Universidade Estadual do Ceará.
"O
fato de a rede pública iniciar o retorno às aulas presenciais em período
posterior poderá contribuir para oportunizar mais tempo para um planejamento de
retomada que possa atender as condições necessárias e aos desafios que esse
processo exige", destacou.
O POVO