Um
estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com medicamentos que são
usados para tratar hepatite C mostrou eficácia contra o novo coronavírus, que
causa a Covid-19.
Em
experimentos in vitro com três linhagens de células, incluindo células
pulmonares humanas, o antiviral daclastasvir impediu a produção de partículas
virais do novo coronavírus que causam a infecção. O medicamento foi de 1,1 a 4
vezes mais eficiente do que outros remédios que estão sendo usados nos estudos
clínicos da Covid-19, como a cloroquina, a combinação de lopinavir e ritonavir
e a ribavirina, este último também usado no tratamento de hepatite.
O
daclastavir superou também a eficiência do atazanavir, um antirretroviral
utilizado no tratamento de HIV que foi testado anteriormente pelos cientistas
da Fiocruz.
“As
análises apontaram que o fármaco [daclastavir] interrompeu a síntese do
material genético viral, o que levou ao bloqueio da replicação do vírus. Em
células de defesa infectadas, o fármaco também reduziu a produção de
substâncias inflamatórias, que estão associadas a quadros de hiperinflamação
observados em casos graves de covid-19”, diz a Fiocruz.
Os
testes mostraram que o sofosbuvir, outro remédio para hepatite, foi menos
eficiente do que o daclastavir. Ele também inibiu a replicação viral em
linhagens de células humanas pulmonares e hepáticas, mas não apresentou efeito
em células Vero, derivadas de rim de macaco e muito utilizadas em estudos de
virologia.
A VOZ DE SANTA QUITÉRIA