Nesta
semana, o índice atingiu o menor valor já analisado: 0,73. A taxa mede a
capacidade de contágio que o vírus tem entre as pessoas. Ou seja, nas
circunstâncias atuais, cada grupo de 100 pessoas infectadas com o vírus, por
exemplo, contamina outras 73 saudáveis. Apesar disso, o Ceará ainda se encontra
com média transmissão, caracterizada pelo intervalo entre as taxas de 0,5 e
0,9. A baixa transmissão vai de 0 a 0,4. Os índices superiores a 1 indicam que
a doença não está controlada.
Para
se ter uma ideia da importância do número, no início da pandemia no Ceará, o
índice chegou a 2,34, entre os dias 15 e 17 de março - mais de três vezes o que
é encontrado atualmente no Estado. Naquela época, um grupo de 100 pessoas
poderia transmitir o vírus para outras 234.
De
acordo com o epidemiologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Luciano Pamplona, a taxa de contágio é uma estimativa e a tendência "é a
doença ir diminuindo cada vez mais até esgotar o número de casos", uma vez
que há "menos gente transmitindo". Na concepção do especialista,
"o desejo é que a taxa fique abaixo de 1".
Conforme
Pamplona, o que influencia no número é a interação entre as pessoas. "Se a
gente tivesse continuado no lockdown, isso iria se esgotar, iria diminuir até
acabar a transmissão. Não fizemos isso por uma necessidade econômica, claro, e
aí começou a flexibilizar. Então, mais pessoas vão estar em contato.
Naturalmente, essa taxa pode aumentar um pouco. O desafio do governo agora é
que ela, mesmo aumentando, não chegue em um número que volte a colapsar o
sistema de saúde".