
Segundo
o Ministério da Economia, os dados mostram que a queda no número de
contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo negativo de empregos
formais.
Enquanto
as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na
comparação com abril de 2019. Em valores nominais, São Paulo teve o pior
desempenho, com saldo negativo (mais demissões do que contratações) de 260.902.
O estado é seguido por Minas Gerais com 88.298 demissões (descontadas as
contratações); Rio de Janeiro, 83.626, e Rio Grande do Sul, 74.686.
O
secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno
Bianco, disse que o resultado reflete os efeitos da pandemia da covid-19 na
economia brasileira. “É um número duro, que reflete a realidade de pandemia que
vivemos, mas que traz algo positivo. Demostra que o Brasil está conseguindo
preservar emprego e renda. No entanto, pelos mesmos motivos de pandemia, não estamos
conseguindo manter a contratação que mantínhamos outrora”, disse, acrecentando
que na comparação com outros países, o Brasil está em situação melhor. “Os
Estados Unidos estão com mais de 35 milhões de pedidos de seguro desemprego e o
Brasil está chegando ao número de 860.500 desempregados. Isso demostra a
efetividade das medidas conduzidas pelo governo”.
Em
março, mês de início das medidas de isolamento social devido à pandemia da
covid-19, o saldo de emprego formal ficou negativo de 207.401. Foram 1.316.655
admissões e 1.524.056 desligamentos.
De
janeiro a abril de 2020 foram 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no
país, com resultado negativo de 763.232. As admissões caíram 9,6% e as
demissões subiram 10,5% no período, comparado ao primeiro quadrimestre de 2019.
O
salário médio real de admissão no Brasil passou de R$ 1.496,92 em abril de 2019
para R$ 1.814,62 no mês passado.
Manutenção
de empregos
Desde
1º de abril, data da edição pelo governo federal da Medida Provisória 936/2020, que criou o Programa Emergencial
de Preservação do Emprego e da Renda, foram preservados mais de 8,1 milhões de
empregos no país, informou o Ministério da Economia. O programa prevê que os
trabalhadores que tiverem jornada reduzida ou contrato suspenso e ainda auxílio
emergencial para trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho
formalizado receberão o Benefício Emergencial de Preservação da Renda e do Emprego (BEm).
Mudanças
É
a primeira divulgação do Caged após o preenchimento de informações da base de
dados passar para o Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações
Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Com a mudança, o cumprimento
de 13 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas fica centralizado em
um só sistema.
Uma
inovação do Caged é o agrupamento de setores da economia. Até dezembro passado,
eram oito: comércio, serviços industriais de utilidade Pública (SIUP),
extrativa mineral, administração pública, agropecuária, construção civil,
indústria de transformação e serviços.
Com
a reformulação do Caged, os dados estarão na mesma divisão feita pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São eles: comércio, serviços,
indústria geral, construção civil e agricultura. No intervalo de janeiro a
abril de 2020, a agricultura teve saldo positivo de 10.032 empregos, resultado
de 275.464 contratações e 265.432 demissões. O resultado da construção civil
ficou negativo em 21.837. Comércio teve saldo negativo de 342.748, serviços
resultado negativo de 280.716 e indústria também negativo, em 127.886.
Trabalho
intermitente
A
modalidade de trabalho intermitente teve, no período de janeiro a abril, 49.228
admissões e 35.105 demissões em 2020, o que resultou em saldo positivo 14.123.
Já o regime de trabalho parcial registrou 71.044 contratações e 63.334
desligamentos, com resultado de positivo de 7.710 postos de trabalho com
carteira assinada.
Somente
no mês de abril, o trabalho intermitente chegou ao saldo negativo de 2.375, com
7.291 admissões e 9.666 demissões. No mesmo período, houve 4.881 contratações e
14.029 desligamentos na modalidade de trabalho parcial, com saldo negativo de
9.148.
Calendário
Após
a primeira divulgação do Novo Caged, o ministério definiu um calendário para os
próximos dados do emprego formal no país: as informações de maio serão
divulgadas no dia 29 de junho; em julho serão divulgados os dados de junho e
assim por diante.
Agência Brasil