Em
entrevista exclusiva concedida à revista Veja, o ministro da saúde, Luiz
Henrique Mandetta, afirmou que sua saída do governo Bolsonaro foi definida
e que se manterá no cargo apenas enquanto o Planalto
procura um substituto.
Mandetta
afirmou a publicação que não se arrepende de nada que fez durante o
exercício do cargo. Ele disse ainda que, junto de sua equipe, “ajudou bastante”
o Governo no enfrentamento à pandemia da Covid-19, mas que estava cansado.
“Foram
60 dias disso, 60 dias tendo de medir palavras”, declarou à Veja, ao mencionar os
constantes embates da gestão dele com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem
partido). “Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em
seguida, o
camarada muda o discurso de novo. Já chega, né?”, completou o ministro.
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Se demitido, Mandetta vira ativo político do DEM, dizem especialistas
O
novo titular da pasta ainda não foi escolhido pelo presidente. Segundo a Veja,
Mandetta afirmou que ele e sua equipe estão dispostos a ajudar seu substituto
caso ele ou ela peça ajuda, pois tem um compromisso com o País. “Aqui é tudo
marinheiro antigo, não tem principiante, ninguém vai torcer contra”,completou.
Ao
ser questionado sobre uma possível mudança nos planos de enfrentamento ao novo
vírus, Mandetta afirmou que não tem como prever o que irá ocorrer, mas que a
luta contra a nova doença é um fator constante de imposições, ora por parte do
vírus, ora por parte da população. “O vírus não negocia com ninguém”, destacou
o ministro ao mencionar a
realidade dos Estados Unidos quanto a Covid-19.
Nesta
mesma entrevista, Mandetta
reforçou que havia negado o pedido de demissão do secretário de Vigilância em
Saúde Wanderson de Oliveira pedir demissão. "Entramos no
ministério juntos, estamos no ministério juntos e sairemos do ministério
juntos", destacou.
A
entrevista foi realizada por telefone, na tarde desta quarta-feira, 15. Ainda
segundo a revista Veja, o tom da fala de Mandetta foi de “desabafo
e despedida”. O ministro descartou os boatos de que estaria planejando
se candidatar a governador de Mato Grosso ou Goiás e negou que voltaria a
ser parlamentar — ele foi deputado federal.
Mandetta
completou sua fala afirmando que o maior desafio não foi ser ministro da saúde
durante a pandemia, mas sim precisar se afastar de sua família em alguns
períodos da vida. Sobre o que fará após a saída do governo Bolsonaro, ele
relembrou que pode ajudar informalmente qualquer governo que solicite sua
ajuda, mas que irá se dedicar a sua família. “Agora tenho de trabalhar, ganhar
o pão. Tenho meus filhos na faculdade ainda, tenho um netinho”, finalizou.
O POVO