O
número crescente de mortos na pandemia de coronavírus sobrecarregou as
funerárias de Nova York, enquanto hospitais tentam atender milhares de
pacientes infectados em meio a um total cada vez menor de ventiladores
mecânicos e equipamentos de proteção disponíveis.
Diretores
de funerárias e cemitérios descreveram uma disparada na demanda não vista em
décadas, enquanto os casos de Covid-19, a doença respiratória causada pelo novo
coronavírus, ultrapassaram a casa dos 50 mil na cidade, com quase 1.400
mortos.
"De
muitas maneiras, o estado de Nova York é um microcosmos dos Estados Unidos, e é
por isso que eu acredito que o que acontece aqui é ilustrativo para o resto do
país sobre o que vai acontecer", afirmou o governador de Nova York, Andrew
Cuomo.
Os
custos humanos foram ainda mais ressaltados por novas evidências da devastação
econômica trazida pela pandemia, já que mais de 90% dos norte-americanos foram
ordenados a ficar em casa para enfrentar a expansão do vírus.
O
governo dos Estados Unidos reportou que 6,6 milhões de norte-americanos (um
recorde) se registraram para obter benefícios de seguro-desemprego, dobrando a
máxima histórica registrada na semana passada.
"Você
fica sem respirar", disse Justin Hoogendoorn, diretor de estratégia de
renda fixa e análise na Piper Sander, em Chicago. "Obviamente a reação
imediata a algo assim será o medo".
Texas
pede que ninguém saia de casa
Nesta
quinta-feira, o Texas se tornou o quadragésimo estado norte-americano a emitir
a ordem para que todos permaneçam em suas casas para conter a propagação do
vírus.
Como
se a perda de emprego para 10 milhões de norte-americanos em duas semanas não
fosse o bastante, o número de mortos nos Estados Unidos subiu em 950, marcando
o terceiro dia seguido de altas recordes. Outras 800 mortes reportadas até
então na quinta-feira levaram o número total do país para mais de 5.600 mortos,
de acordo com uma contagem da agência Reuters de dados oficiais.
Os
casos confirmados nos EUA passaram os 235 mil na quinta-feira, o dobro da
Itália, o país com o segundo maior número de ocorrências.
A
força-tarefa da Casa Branca para a pandemia estima que entre 100 e 240 mil
pessoas possam morrer, mesmo se a ordem de quarentena obrigatória for
respeitada.
No
mundo, o número de infecções confirmados chegou a 1 milhão, com mais de 50 mil
mortos até a quinta-feira (2), de acordo com o centro de pesquisa da
Universidade Johns Hopkins para o coronavírus.