Em
meio a necessidade de ventiladores pulmonares para pacientes diagnosticados com
Covid-19, profissionais do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Ceará) consertam aparelhos
“encostados" nas unidades hospitalares do Ceará, em uma Central de
Manutenção.
A
central de manutenção de ventiladores mecânicos, instalada na última
quinta-feira (2) em um prédio do Senai-CE, no bairro Jacarecanga, já recebeu 35
aparelhos em fase de reparo. Destes, 13 estão sendo validados para retorno por
um engenheiro hospitalar e profissionais da fisioterapia que realizam
simulações. Os respiradores enviados pelas unidades hospitalares são oriundos
de Caucaia, Baturité, Iguatu, Itapipoca e Quixadá, e estão sendo avaliados por
uma equipe de especialistas, montada exclusivamente para viabilizar os
consertos.
A
Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) procura, por meio de ligações aos hospitais
do Estado, os equipamentos que estão com problemas. No rastreamento, a Pasta
analisa o que pode ou não retornar a uso.
Em
uma sala montada no Senai Jacarecanga, os professores do IFCE Heldenir Pinheiro
(campus de Fortaleza) e Luiz Daniel Bezerra (campus de Maracanaú) atuam juntos
no reparo dos aparelhos. O primeiro realiza a correção de defeitos na área de
pneumática e mecânica, e o segundo na área da eletrônica.
Desde
o dia 2 de abril, o dia a dia deles envolve a desmontagem e a montagem dos
equipamentos, identificação dos defeitos, troca de peças e testes de qualidade.
“Esse
processo passa por algumas etapas, pois são vidas humanas que dependem deles.
Não é tão simples. Restauramos 13 equipamentos. Alguns, apesar do restauro da
parte eletrônica e pneumática, precisam ser ‘recertificados’. Precisam passar
por engenheiro da área e por fisioterapeutas que vão simular os processos de
uso nos pacientes. Existem protocolos para reabilitar o uso dentro dos
hospitais”, detalha o professor Heldenir Pinheiro.
Reparos
Três
salas de aulas do Senai-CE foram transformadas para receber a equipe de
manutenção. Em parceria com a Sesa, a central conta com a dedicação de 12
colaboradores do Senai Ceará, profissionais do IFCE e voluntários das áreas de
eletroeletrônica, mecatrônica e tecnologia da informação. A ação é financiada
pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(Funcap), graças a uma articulação da diretoria da FIEC.
A
central conta com salas de aula isoladas e higienizadas, e cada uma delas
contempla uma área de trabalho. A primeira é voltada à triagem e ao diagnóstico
primário dos aparelhos; a segunda abriga a manutenção propriamente dita; e a
terceira, chamada de sala de testes, destina-se à verificação e certificação
dos respiradores. Nos ambientes, os profissionais trabalham com luvas, máscaras
e aventais para evitar qualquer tipo de contaminação. A redistribuição fica por
conta da Sesa, de acordo com as necessidades da rede.
Segundo os profissionais que estão atuando no reparo dos
respiradores, os equipamentos enviados pela Sesa possuem diferentes marcas e
modelos. Parte é nacional e alguns são importados. A média de uso de cada um
deles é de 10 a 15 anos. Alguns são novos, mas devido ao uso diário, ficou
desgastado. Entre os reparos estão limpeza de peça, instalação de novos
circuitos e mudança de displays.
G1 CEARÁ