Uma
criança de dois anos e quatro meses de idade morreu após se afogar na piscina
de uma creche-escola particular onde estudava, na Rua Suécia, no Bairro
Itaperi, em Fortaleza, nesta quinta-feira (12).
Clarisse
Oliveira Fernandes chegou a ser socorrida para uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) e, em seguida, foi transferida para um hospital particular da
capital, mas não resistiu e faleceu por volta das 23h40. Clarisse tinha
diagnóstico de autismo.
O G1 entrou em contato com a escola e,
até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta. A Secretaria da
Segurança Pública, por sua vez, informa que o 5º Distrito Policial (DP) já está
apurando "as circunstâncias referentes à morte" de Clarisse.
De
acordo com o tio da vítima, o servidor público Leonardo Augusto Oliveira, o
caso aconteceu por volta do meio-dia. As crianças estavam em uma sala de
descanso, para repousar após o almoço, quando a professora que cuidava da turma
se ausentou, diz o tio. Ele ressalta que as informações do ocorrido foram
repassadas pela própria diretora da escola.
A
família se dirigiu até a creche para saber detalhes do afogamento assim que
soube do ocorrido.
“Ela
informou que a Clarice estava na sala de descanso quando a professora saiu da
sala para dar o almoço das crianças mais velhas e, ao retornar, não encontrou
minha sobrinha”, afirma.
Foi neste momento que a menina saiu do local e foi em direção
à piscina, onde fazia natação. O portão que daria acesso à piscina estava
fechado, mas havia uma brecha por onde a menina passou. Segundo Leonardo, a
brecha fica em uma obra parada na escola, que previa a instalação de um portão
de alumínio.
Aviso tardio
Os
pais de Clarice foram informados do acidente por um funcionário da escola
somente quando ela já estava em atendimento na unidade hospitalar.
“O
pai de outra criança e um funcionário prestaram os primeiros socorros e, em
seguida, levaram ela para a UPA. Quando minha irmã e meu cunhado chegaram lá
ela estava com parada cardiorrespiratória e foram feitos cinco ciclos de
reanimação até ela reagir”, relata Leonardo.
12 minutos submersa
Ainda
segundo Leonardo, a creche possui câmeras de segurança e, após ter acesso
individualmente ao conteúdo, a diretora informou aos familiares que a menina
passou 12 minutos submersa até ser resgatada pelos funcionários, após buscas
nas dependências da escola.
A
família solicitou as imagens, porém teve o pedido negado pela diretora, que
estava acompanhada de uma advogada. “Ela foi resistente e não nos mostrou os
registros”, garante o familiar.
Sem apoio
Leonardo
informa ainda que, após ter levado a criança para uma unidade de saúde, a
escola não se disponibilizou a prestar mais nenhum tipo de apoio à família.
"A
escola não manteve nenhum tipo de contato com os pais. Tentamos hoje e não
conseguimos. A própria delegacia disse que a escola está fechada e a diretora
incomunicável"
Para
o tio de Clarisse, a morte é uma situação "absolutamente revoltante".
"A nossa família está imersa em dor e indignação. A impressão que temos é
de que não acordamos de um pesadelo. Que outras famílias não passem pelo o que
estamos passando nesse momento".
Os
pais da criança registraram um Boletim de Ocorrência sobre o caso no 11º
Distrito Policial, plantonista da região, mas o caso foi transferido para o 5º
DP. Clarisse era filha caçula e deixa uma irmã de sete anos.
O
velório da criança está marcado para acontecer neste sábado (14), no cemitério
Parque da Saudade, em Caucaia.
G1 CEARÁ