O
governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou na noite desta quarta-feira (4)
que o ex-deputado federal Cabo Sabino está foragido e sendo procurado pela
polícia por liderar o motim feito por policiais militares do estado.
"Há
uma disputa por espaço entre os próprios líderes políticos dentro do movimento.
Inclusive um deles, está com um mandado de prisão e está foragido do estado do
Ceará. Estamos atrás dele e não conseguimos encontrar", disse o governador
em entrevista a GloboNews.
Durante
a negociação para o fim do motim, membros da comissão enfrentaram um
impasse para dar continuidade aos diálogos porque os policiais pediam que o
ex-deputado federal fosse representante da categoria. "Eu enxergo esse
motim no Ceará muito mais político do que salarial. Porque salário nós já
tínhamos feito o acordo", afirmou Camilo.
Em
publicação no diário oficial do estado do Ceará, Cabo Sabino foi classificado
como líder da manifestação. Conforme o decreto que afastou o ex-deputado da polícia do
estado, Sabino fez as convocações para que os policiais abandonassem o posto de
trabalho.
O
Ceará enfrentou uma crise na segurança pública, motivada pelo motim de
policiais militares do estado. A categoria se dizia insatisfeita com a proposta
de reajuste salarial apresentada pelo governo local.
Após
13 dias de paralisação, foi assinado na última segunda-feira (2) um acordo para
encerrar o motim. O acordo foi formalizado e assinado na Procuradoria Geral de
Justiça (PGJ), no Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).
Acordo
Entre
outros pontos, o acordo prevê que o governo do Ceará irá investir R$ 495 milhões
com salários dos policiais militares até 2022. Outra
reivindicação dos amotinados, a anistia aos policiais que participaram do
movimento não foi aceito pelo governo do estado.
A
Secretaria da Segurança Pública do Ceará deixou de divulgar o número de
homicídios ocorridos durante o motim de parte dos policiais militares.
Conforme
o órgão, os dados consolidados de fevereiro serão disponibilizados em breve.
Mesmo sem as estatísticas finais, os 225 crimes violentos contabilizados
durante nove dias paralisação de PMs superou a conta de homicídios de todo o
fevereiro de 2019 no estado.
G1 Ceará