BRASÍLIA
— O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta quinta-feira
que o presidente Jair Bolsonaro ainda
não decidiu se ampliará a vigência da operação de Garantia da Lei de Ordem (GLO) que está sendo realizada no Ceará, devido ao motim de policiais militares. A GLO,
que autoriza o emprego das Forças
Armadas no estado, está programada para terminar na
sexta-feira, mas o governo do Ceará pediu a prorrogação.
— A
GLO está em vigor até amanhã. O presidente não decidiu ainda (se irá prorrogar)
— disse Azevedo, após uma reunião com Bolsonaro no Ministério da Defesa.
O
pedido de prorrogação foi revelado na quarta-feira pelo "G1". O
decreto permitindo o emprego das Forças Armadas foi assinado por Bolsonaro na
quinta-feira. Na véspera, o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) havia sido
baleado ao tentar furar um bloqueio de policiais com uma retroescavadeira.
Também
participaram da reunião desta quinta os ministros Sergio Moro (Justiça), Walter
Braga Netto (Casa Civil), André Mendonça (Advocacia-Geral da União), Augusto
Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria
de Governo).
De
acordo com Azevedo, objetivo foi relatar a viagem que ele e Moro fizeram ao
Ceará na segunda-feira, para acompanhar a aplicação da GLO.
— A
vinda do presidente Jair Bolsonaro hoje aqui foi no intuito de eu, ministro da
Defesa, e o ministro Moro reportar para ele a viagem que nós fizemos ao governo
do Ceará. Nós detalhamos o que nós vimos, a conversa com o governador do
estado, tivemos várias reuniões lá. Nós reportamos a ele o que aconteceu lá.
Foi só isso.
Os
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do estado do Ceará criaram uma
comissão formada por representantes de cada poder para buscar uma solução para
encerrar a paralisação de parte dos policiais militares, que entrou no seu
décimo dia nesta quarta-feira. O Ministério Público do Ceará também participa
do grupo, que será acompanhado pelo Exército Brasileiro.
Desde
o início da paralisação, 170
homicídios foram registrados no estado até terça-feira, segundo
informações da secretaria de Segurança Pública do estado. Os chamados Crimes
Violentos Letais Intencionais (CVLIs) englobam os casos que se enquadram como
homicídio doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio.
Apesar
do significativo aumento do número de crimes violentos, Sergio
Moro afirmou que não há "situação de absoluta desordem nas ruas",
ao visitar o estado.
O GLOBO