A
redução de 3% nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, anunciada
ontem (13), pela Petrobras, deve fazer o valor dos combustíveis cair cerca de
4% nas bombas nas próximas semanas. De acordo com Bruno Iughetti, consultor na
área de petróleo e gás, os consumidores podem esperar mais quedas no valor de
revenda dos combustíveis nas próximas duas semanas.
"Eu
vejo com muito otimismo o que poderá ocorrer nos próximos 15 dias. Não me
parece factível que haja muita volatilidade no preço do petróleo cru. Ele deve
se estabilizar na casa dos US$ 65 como é atualmente". Com essa
estabilização, Iughetti avalia que os preços do petróleo na Petrobras devem
cair ainda mais. "Vejo isso com muita propriedade. Se houver outra redução
no futuro, somando os 3% anunciados pela Petrobras ontem, eu vejo que
certamente teremos um desconto de aproximadamente 4% no combustível nas
bombas", diz.
O
consultor lembra ainda que os preços da gasolina não eram reajustados pela
Petrobras desde o dia 1º de dezembro de 2019. "Os preços do diesel, por
exemplo, se mantiveram estáveis desde o dia 21 de dezembro. O que também temos
de levar em consideração é que a gasolina é composta de uma mistura de etanol
anidro de 27%. E o anidro tem oferecido alta dos preços, ou seja, isso de certa
maneira interfere no benefício para o consumidor", explica Iughetti.
Fatores
Ontem,
a Petrobras anunciou queda do preço da gasolina e do diesel, puxada pela
redução do preço do petróleo no mercado internacional desde a semana passada,
com o recuo das tensões entre os Estados Unidos e o Irã.
Iughetti
concorda com a estatal de que a queda de ontem nos preços das refinarias é
atribuída principalmente à redução do preço do petróleo no mercado
internacional.
Para
o assessor econômico do Sindipostos no Ceará, Antônio José, como o Irã, além de
grande produtor, é também exportador de petróleo, um conflito poderia afetar o
Brasil. "O nosso país tem as cotações internacionais como parâmetro para
definir preços dos combustíveis, então um conflito não é benéfico". Para ele,
há outros fatores, como a cotação do produto nas bolsas de valores em diversos
países.
Diario do Nordeste
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