Das 7h da terça-feira (7) às 7h de ontem (8), a
maior precipitação em Fortaleza foi registrada no bairro Pici, com 15,8
milímetros, segundo a Funceme. Os transtornos no trânsito, porém, começaram no
fim da manhã
A
quadra invernosa ainda não começou oficialmente no Ceará, mas os efeitos das
precipitações já se fazem notar. Nessa quarta-feira (8), Fortaleza não chegou a
ser incluída entre as 10 maiores chuvas do Estado, conforme os dados da
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), porém, as
águas causaram transtornos à população, no trânsito e em residências.
Das
7h da terça-feira (7) às 7h de ontem (8), a maior precipitação na Capital
cearense foi registrada no posto do bairro Pici, com 15,8 milímetros, segundo a
Funceme. Os municípios que tiveram as maiores chuvas, até as 15h30 da
quarta-feira (8), foram Morada Nova - a principal, com 75 milímetros -,
Milagres, Ibiapina, Crato, Aracati, Brejo Santo, Palhano, Milagres, Aurora e
Groaíras, todos do interior.
Na
Rua Paulino Rocha, em Fortaleza, um trecho da via ficou congestionado por volta
do meio-dia, devido a um alagamento na altura do bairro Cajazeiras. A água
tomava grande parte da pista, forçando os veículos a desacelerarem para tentar
atravessar as poças, formando um engarrafamento.
A
supervisora educacional Ana Carmem de Farias, 56, foi surpreendida pelo trecho
alagado enquanto tentava chegar em casa, a dois quarteirões da Rua Paulino
Rocha. Ao dobrar em uma esquina próxima à via, seu carro foi cercado pela água,
que encheu o veículo rapidamente.
"Aconteceu
tudo muito rápido, foi questão de minutos. A água foi entrando, ia chegando no
meu pescoço, e eu com medo de não conseguir abrir a porta pra sair",
revela. Ana Carmem estava acompanhada da pedagoga Rosilene Gomes, 49, e ambas
conseguiram deixar o veículo a tempo. O carro começou a boiar no ponto alagado,
e funcionários de uma oficina próxima ajudaram a conduzi-lo até um ponto seguro
para aguardar a chegada do reboque.
Desespero
"Dá
uma sensação de desespero. Você pensa que vai se afogar", conta Rosilene.
As colegas de trabalho perderam um dia de serviço, além de treinamentos na
escola onde atuam. Ana Carmem não sabe se conseguirá restaurar o carro, que
possui há sete anos. "Eu me mudei pra esse bairro há dois meses, não sabia
que acontecia isso aqui", lamenta.
Em
outro ponto da cidade, além das ruas, a água também invadiu casas, como a
residência de Leila de Oliveira, 46. A dona de casa é moradora do bairro
Barroso há 22 anos, e afirma que o problema é histórico. "Sempre foi
assim. O canal aqui em frente transborda, e a água entra. Já vimos começarem
obras aqui perto, mas nunca chega aqui. Ninguém faz nada", reclama.
Leila
divide a casa com o marido e quatro filhos, e a chuva já custou à família dois
guarda-roupas, uma geladeira, um fogão e alguns colchões, em anos anteriores.
"Tudo se perde, estraga, não tem como salvar, onde guardar. O que a gente
tem aqui é tudo de doação", diz. O canal citado pela dona de casa é o Taís
Maria, que segundo a Secretaria Regional VI recebeu duas ações de limpeza no
ano passado. Um novo trabalho está previsto para este mês, segundo a pasta.
Para
hoje (9) e sexta-feira (10), a Funceme prevê nebulosidade variável com eventos
de chuva em todas as regiões.