No
segundo encontro oficial da visita à Tailândia, Francisco entrou no templo
budista, construído em 1860, e saudou o patriarca Somdej Phra Maha Muneewng, de
92 anos, que conheceu por ocasião de uma visita ao Vaticano, em novo passo no
diálogo com representantes dessa Igreja.
Tal
como os monges budistas, o papa e toda a delegação tiraram os sapatos para
entrar no templo e, em seguida, na sala principal, onde foram feitos os
discursos.
Francisco
afirmou que o encontro pretende "acrescentar não só o respeito, como a
amizade" entre as duas religiões, o que serve de exemplo num mundo em que
"se criam e propagam divisões".
"Quando
temos a oportunidade de nos reconhecermos e de nos valorizarmos, inclusive nas
nossas diferenças, oferecemos ao mundo uma palavra de esperança capaz de animar
e apoiar aqueles que são sempre prejudicados pela divisão", defendeu.
O
papa destacou "a importância de que as religiões se manifestem cada vez
mais como faróis de esperança, enquanto promotoras e garantes da
fraternidade".
Ele
pediu que entre os fiéis das duas religiões sejam desenvolvidas "novas
imaginações de caridade, capazes de gerar e aumentar iniciativas concretas no
caminho da fraternidade, especialmente com os mais pobres e em referência à
nossa tão maltratada casa comum".
Durante
o dia, o papa visitou ainda o maior hospital católico do país, São Luís,
fundado há 120 anos.
Mais
tarde, Francisco vai reunir-se com o rei da Tailândia, numa visita totalmente
privada, e vai celebrar missa no estádio de futebol da capital tailandesa.
O
papa iniciou nessa quarta-feira (20) em Bangcoc visita de três dias à
Tailândia, primeira etapa de uma viagem pela Ásia que também inclui o Japão.
Denúncia
Em
seu primeiro discurso na Tailândia, o papa Francisco denunciou que
"mulheres e crianças estão particularmente vulneráveis, violentadas e
expostas a toda forma de exploração, escravidão, violência e abuso". O
país é considerado um dos destinos para o turismo sexual.
Ele
reconheceu "os esforços" das autoridades tailandesas para erradicar o
mal, bem como de todas as pessoas e organizações que trabalham para oferecer um
caminho de dignidade".
Embora
o chefe da Igreja Católica não tenha citado especificamente a exploração sexual
de mulheres e crianças, sobretudo pelos turistas no país, o negócio representa
ainda cerca de 2% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar da grande redução
registrada nos últimos anos, de acordo com relatórios recentes.
Algumas
organizações não governamentais (ONGs) mostram que mais de 60 mil crianças são
exploradas sexualmente na Tailândia todos os anos e cerca de 300 mil mulheres
estão em redes de prostituição, apesar de a prática ser proibida.
Essas
mulheres e crianças são oriundas, principalmente, do Camboja, Vietnã e Laos.
*Emissora pública de
televisão de Portugal