Motoristas de aplicativo fazem manifestação em Fortaleza. — Foto: Arquivo pessoal |
Dentre
as reivindicações, os manifestantes pedem melhores condições de trabalho com o
uso do aplicativo. "Queremos o reajuste do valor pago por quilômetro
rodado. Os motoristas do Ceará são os mais mal pagos do Brasil", reclama o
presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos do Ceará (Amap), Rafael
Keylon.
Além
disso, pede-se ainda o andamento de projeto de indicação que tramita na
Assembleia para a criação de incentivos fiscais para a categoria.
Trânsito
complicado
Ao
fim da tarde desta segunda-feira (23), motoristas relataram dificuldades para
trafegar nos arredores do Aeroporto de Fortaleza por conta da manifestação, que
teve início na Arena Castelão, impedindo o embarque e desembarque de
passageiros. Pessoas desceram na avenida para não perder o voo.
A
acadêmica de Fisioterapia e empresária Patrícia Moraes, que voltava à Fortaleza
de Salvador, só conseguiu sair do terminal após 1h30 de espera. “Não chegava
nenhum carro, nem particular nem táxi. Taxista só conseguia (pegar passageiros)
quando arrancava com tudo, aí eles (manifestantes) abriam espaço”, relata.
Ela
acrescenta que a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania
(AMC) havia chegado nos momentos finais para tentar organizar o trânsito e informar
aos passageiros que eles não iriam conseguir chegar à entrada do aeroporto. “As
pessoas estavam descendo na avenida e indo a pé para não perder o voo”, conta
Patrícia.
Um
motorista de aplicativo, que pediu para ter a identidade preservada, detalha que
foi quase uma hora de paralisação, período em que foi impedida a entrada e
saída de carros no terminal. “Participaram quase mil carros. Deixamos o local
há pouco”, afirma.
Conforme
a organização do ato, as principais reivindicações incluem o reajuste do valor
pago por quilômetro rodado, bem como a tramitação de um projeto de indicação na
Assembleia para a criação de incentivos fiscais para a categoria.
Apesar
do transtorno, a assessoria de imprensa do aeroporto informou que não houve
impacto na operação do terminal. O presidente do Sindicato dos Taxistas do
Ceará (Sinditaxi), Vicente de Paula, disse não ter conhecimento do ocorrido. A
AMC comunicou que, desde o fim da tarde, foram deslocadas uma viatura e duas
motos para o local para evitar congestionamento e colisões.
Reivindicações
O
presidente da Associação dos Motoristas de aplicativos do Estado do Ceará
(Amap), Rafael Keylon Gomes da Silva, revela que as principais reivindicações
são o reajuste das tarifas pagas por quilômetro rodado e a isenção do Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para motoristas com mais de
um ano de cadastro.
“O
IPVA tem o fim de restaurar a malha asfáltica de Fortaleza e nós já pagamos 2%
de cada corrida para esse fim via regulamentação”, afirma. Ele ainda reclama do
preço cobrado pela inspeção veicular realizada pela Empresa de Transporte
Urbano de Fortaleza (Etufor). “Custa R$ 102, enquanto em Recife, por exemplo, é
apenas R$ 42. Cada vez que são aprovadas as regulamentações e que nós
comparamos com a nossa, percebemos que estamos em desvantagem”, conclui.
Por
meio de nota, a Uber admitiu que "acompanha a movimentação e entende que,
como autônomos, os motoristas parceiros têm o livre direito de se manifestar,
dentro do que a lei permite". A empresa ainda pontua que continua
"trabalhando com e para os motoristas parceiros", uma vez que eles
"são fundamentais para o funcionamento da plataforma e para o seu
sucesso".
G1
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