O
comandante da Força Nacional, o coronel cearense Aginaldo Oliveira, reafirma
que hoje, no sexto dia de ataques criminosos no Estado, ainda não há nenhum
pedido oficial, feito pelo Governo do Ceará, para o envio de policiais da tropa
especial. Os atentados recomeçaram na noite da última sexta-feira, 20, no
Interior e principalmente na Capital, já somando mais de 50 ocorrências até a
manhã desta quarta-feira, 25. Ele explica que, se a solicitação acontecer, será
necessário um estudo para apontar quantos agentes seriam deslocados para o
território cearense, "de quantos poderíamos disponibilizar".
"A
única coisa que houve foi somente o pedido de 200 HTs (rádios de comunicação),
que já foram enviados. Devem até já estar aí", detalha Oliveira. A
solicitação dos equipamentos foi apresentada pela Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS). Os rádios estão para uso das equipes de
saturação acionadas para a vigilância reforçada das ruas. "Mas não há nada
ainda sobre tropa para o Ceará", sustenta.
Na
série de atentados ocorridos no Estado nos primeiros dois meses de 2019, a
Força Nacional teve 406 homens deslocados para o Ceará. À época, foram mais de
230 ocorrências - a maioria também na Capital, como agora. No último dia 5 de
junho, o Diário Oficial da União publicou a portaria nº 573, assinada pelo
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, renovando a permanência
de pessoal da FN no Estado por mais 90 dias. O apoio era para ações específicas
da Polícia Civil, "compondo Força Tarefa de Polícia Judiciária, com o
objetivo de conter a criminalidade e reduzir o índice de homicídios".
Porém,
o próprio comandante da Força afirmou ao O POVO Online que a última leva
presente deixou o Ceará em março. A SSPDS justificou que o pessoal acionado é
da parte da Polícia Judiciária e está trabalhando em investigações, usando a
sede local da Polícia Federal. Apesar da negativa reafirmada pelo
coronel, o
próprio governador Camilo Santana divulgou, pelas redes sociais, que está em
conversações com o ministro Moro avaliando a possibilidade de novo
desembarque da tropa para agir contra os ataques.
A
Força Nacional é formada por policiais militares, civis, bombeiros e peritos de
todos os estados e do Distrito Federal, acionados a pedido dos governadores. O
efetivo total é de 1.700 agentes. "No momento, estamos participando de 53
operações pelo País. Nas regiões de fronteiras, em presídios, na área de
preservação da Amazônia, nas ações contra incêndios, em reservas indígenas e no
novo plano de segurança pública", detalha o coronel Aginaldo Oliveira. No
caso do plano, o projeto-piloto está sendo testado em cinco municípios do País:
Ananindeua-PA, Goiânia-GO, Paulista-PE, Cariacica-ES e São José dos Pinhais-PR.
Serão investidos R$ 4 milhões em cada cidade.
O Povo