De acordo com boletim especial produzido pela Seguradora Líder, foram pagas mais de 3,2 milhões de indenizações por ocorrências envolvendo motocicletas e ciclomotores.(Foto: Deivyson Teixeira/O POVO) |
Com
um crescimento de frota de mais de 137% nos últimos 10 anos, o Nordeste se
tornou a área com mais vítimas indenizadas pelo Seguro DPVat em função de
ocorrências com motos
Nos
últimos dez anos, quase 200 mil pessoas morreram e 2,5 milhões ficaram com
algum tipo de invalidez permanente após sofrer acidentes com motocicletas no
Brasil. De acordo com boletim especial produzido pela Seguradora Líder, foram
pagas mais de 3,2 milhões de indenizações por ocorrências envolvendo
motocicletas e ciclomotores - número que corresponde a 72% do total de
pagamentos efetuados pelo seguro obrigatório.
Entre
as regiões brasileiras, o Sul concentrava a maioria das indenizações pagas por
acidentes com motocicletas e ciclomotores (55.007 benefícios pagos) em 2009. No
entanto, com um crescimento de frota de mais de 137% nos últimos 10 anos, o
Nordeste se tornou a área com mais vítimas indenizadas pelo Seguro DPVat em
função de ocorrências com motos. No recorte por estado, São Paulo lidera o
ranking em quantidade total de indenizações pagas. Em dez anos, foram 344.134
pagamentos, destes, 27.198 por morte. O Ceará é o segundo colocado, com mais de
335 mil benefícios pagos.
O
levantamento aponta que, entre 2009 e 2018, as indenizações pagas pelo Seguro
cresceram 28%. Quando observadas apenas as ocorrências com motocicletas e
ciclomotores, o aumento foi de 72%. Os casos de invalidez permanente por conta
de acidentes envolvendo essas categorias de veículos registraram o maior salto,
com crescimento de 142% na comparação entre 2009 e 2018. Já os pagamentos por
acidentes fatais aumentaram 14%.
Quanto
ao perfil das vítimas, os motociclista são os mais atingidos nos acidentes com
motocicletas e ciclomotores. Entre 2009 e 2018, mais de 2,3 milhões de vítimas
foram indenizadas na condição de motoristas. O número representa mais de 71% do
total de benefícios pagos por ocorrências com motos no período. A maioria dos
condutores (75%) ficou com algum tipo de sequela definitiva após o acidente,
concentrando mais de 1,7 milhões de pagamentos. Se comparado o ano de 2009 com
o de 2018, houve um aumento de 125% nos casos de invalidez permanente entre
condutores.
Os
pedestres são o segundo tipo de vítima que mais corre risco nos acidentes com
motocicletas e ciclomotores. Em dez anos, foram pagas mais de 493 mil
indenizações a pessoas que se deslocavam a pé no momento da ocorrência. Após
ser atingida por uma moto ou ciclomotor, a maioria também ficou com algum tipo
de sequela definitiva: foram mais de 417 mil sinistros pagos a pedestres
vítimas de invalidez permanente no período. Entre 2009 e 2018, o aumento foi de
254%.
As
estatísticas por idade seguem o mesmo comportamento. Há dez anos, os jovens de
18 a 34 anos já eram a maioria atingida, com mais de 92 mil benefícios pagos.
Só no ano passado, foram 130.365 indenizações pagas para esta faixa etária no
País.
Apesar
de representarem apenas 27% da frota nacional, o crescimento do número de
motocicletas e ciclomotores no Brasil, nos últimos dez anos, foi de 81,6%. Para
Arthur Froes, superintendente de Operações da Seguradora Líder, o cenário
indica uma realidade mais preocupante.
"A
moto é um veículo de baixa participação na frota nacional que, ainda assim, é a
que mais mata no trânsito brasileiro. Isso é consequência, principalmente, da
imprudência. Muitos não usam capacete e outros equipamentos de segurança ao
usarem esses veículos. É fundamental que os condutores saiam das autoescolas
conscientes da importância da utilização dos itens de segurança e dos perigos
de se misturar álcool e direção, bem como do respeito à sinalização",
explica.
O Povo