O
presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e
televisão, na noite de hoje (23), para anunciar medidas de combate aos
incêndios e ao desmatamento na Amazônia. Nesta sexta-feira, o governo autorizou
a atuação
das Forças Armadas na região, caso seja solicitada pelos
governadores. Ele argumentou que incêndios florestais ocorrem em outras partes
do mundo e não podem gerar sanções internacionais ao Brasil.
"Incêndios
florestais existem em todo o mundo. Isso não pode ser pretexto para possíveis
sanções internacionais. O Brasil continuará sendo, como foi até hoje, um país
amigo de todos e responsável pela proteção de sua Floresta Amazônica",
afirmou.
Bolsonaro
disse que as queimadas das últimas semanas estão na média dos últimos 15 anos,
mas que o governo não está satisfeito e vai atuar para conter os focos de
incêndio. "Estamos em uma estação tradicionalmente quente, seca e de
ventos fortes, e que todos os anos, infelizmente, ocorrem queimadas na região
amazônica. Nos anos mais chuvosos, as queimadas são menos intensas. Em anos
mais quentes, como neste, 2019, elas ocorrem com maior frequência. De todo
modo, mesmo que as queimadas deste ano não estejam fora da média dos últimos 15
anos, não estamos satisfeitos com o que estamos assistindo. Vamos atuar
fortemente para controlar os incêndios na Amazônia", disse o presidente. O
pronunciamento durou pouco mais de 4 minutos.
Bolsonaro
disse que seu governo tem compromisso no combate à criminalidade, inclusive na
área ambiental, e destacou o apoio oferecido aos estados da Amazônia Legal.
"Somos um governo com tolerância zero contra a criminalidade, e na área
ambiental não será diferente. Por essa razão, oferecemos ajuda a todos os
estados da Amazônia Legal. Com relação àqueles que a aceitarem, autorizarei
operação de garantia da lei e da ordem, uma verdadeira GLO [Garantia de Lei e
da Ordem] ambiental. O emprego extensivo de pessoal e equipamentos das Forças
Armadas, auxiliares e outras agências, permitirá não apenas combater as
atividades ilegais, como também conter o avanço de queimadas na
região".
O
decreto de GLO, que autoriza o uso das Forças Armadas, vale para regiões de
fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e
outras áreas da Amazônia Legal. Os governadores de Roraima e Rondônia
foram os primeiros a solicitar ação dos militares federais em seus
territórios.
Preservação
No
pronunciamento, Bolsonaro disse ainda que o problema precisa ser tratado com
"serenidade" e voltou a criticar manifestações dentro e fora do
Brasil que, segundo ele, espalharam informações infundadas. "Espalhar
dados e mensagens infundadas, dentro e fora do Brasil, não contribui para
resolver o problema e se prestam apenas ao uso político e à
desinformação".
"O
Brasil é exemplo de sustentabilidade. Conserva mais de 60% de sua vegetação
nativa, possui uma lei ambiental moderna, um Código Florestal que deveria
servir de modelo para o mundo. Temos uma matriz energética limpa, renovável e
com ela estamos dando grande contribuição ao planeta. Diversos países
desenvolvidos, por outro lado, ainda não conseguiram avançar com seus
compromissos no âmbito do Acordo de Paris", acrescentou o
presidente.
Bolsonaro
concluiu sua fala dizendo-se aberto ao diálogo, "com base no respeito, na
verdade, e cientes da nossa soberania". Ele disse ainda que outros países
ofereceram ajuda ao Brasil para combater as queimadas e que vão reforçar a
posição brasileira na reunião do G7, marcada para este final de semana, na
França, e que deve discutir os incêndios florestais na Amazônia, entre outros
temas. O G7 é formado por EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e
Japão.
Agência Brasil