Ele, que também é médico, é acusado de abusar de pacientes e
filmar crimes em Uruburetama
O
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Promotoria de Justiça
de Uruburetama, requereu à Justiça, na noite da quarta-feira (17), a prisão
preventiva do médico José Hilson de Paiva, prefeito afastado de Uruburetama investigado por crimes contra a
dignidade sexual.
O
pedido formulado pelo MPCE se fundamenta no fato de que, mesmo afastado das
funções de prefeito e médico, José Hilson de Paiva é considerado influente no
município e no meio político estadual, sendo capaz de, diretamente ou por
interpostas pessoas, coagir, constranger, ameaçar, corromper, enfim, praticar
atos tendentes a comprometer a investigação do Ministério Público e da Polícia
Civil. O requerimento da Promotoria ratifica representação de prisão preventiva
da Polícia Civil.
Investigação
Depois da divulgação dos primeiros vídeos, em março de 2018,
a Promotoria de Justiça de Uruburetama instaurou uma Notícia de Fato após ouvir
quatro mulheres, que se identificaram como vítimas do então prefeito. Assim, o
MPCE solicitou informações à Polícia Civil, que logo depois resolveu abrir o
inquérito policial. O inquérito foi concluído em dezembro de 2018, e a Polícia
sugeriu o arquivamento. O MPCE requisitou novas diligências à Polícia. Na área
cível, a Promotoria ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) por improbidade
administrativa em desfavor do então prefeito, no final de 2018.
Outro
procedimento do MPCE em relação ao caso foi instaurado em junho de 2019, antes
da divulgação dos novos vídeos na imprensa. O órgão responsável é o Núcleo de
Investigação Criminal (Nuinc) e, até o momento, seis vítimas e uma testemunha
já foram ouvidas.
Em
15 de julho deste ano, foi instaurado outro inquérito policial em Uruburetama,
quando novas vítimas começaram a ser ouvidas. Pelo menos 18 vítimas já
identificadas nas imagens exibidas pela imprensa serão convidadas para
prestarem suas declarações o mais rapidamente possível.
Em
paralelo, a Promotoria de Justiça de Cruz também vem atuando no caso. Nesta
semana, o órgão recebeu os depoimentos das primeiras quatro vítimas que se
apresentaram à delegacia após a divulgação dos vídeos na imprensa. Antes disso,
nenhuma mulher havia denunciado o médico. José Hilson trabalhou como médico da
Prefeitura de Cruz de 1992 a 2012, e manteve um consultório particular na
cidade até 2018.