Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O
mês de junho é tipicamente o período que as temperaturas começam a cair,
propiciando aumento da incidência de infecções respiratórias, além da temporada
de provas em universidades, escolas e do início das férias escolares. Por isso
é o período em que se costuma registrar quedas significativas nos estoques dos
bancos de sangue, públicos e privados. Para destacar a importância da doação de
sangue nesse momento do ano, começou no último sábado (1º) a campanha Junho
Vermelho.
A
campanha iluminará com a cor vermelha, durante todo o mês, instituições
públicas e privadas, prédios históricos e monumentos em diferentes localidades
do país. Serão feitas ações especiais durante a semana do Dia Mundial do Doador
de Sangue, que é comemorado no dia 14 de junho. Lançada no estado de São Paulo,
a campanha Junho Vermelho ganhou status de lei estadual em
15 de março de 2017 (nº 16.386) e passou a ser promovida em todo o país.
Segundo
a fundadora do Eu Dou Sangue, Debi Aronis, a ideia de criar o movimento veio
depois de seu pai precisar de sangue devido a uma doença delicada e de perceber
que o período estava com estoques baixos nos hemocentros e hospitais. “Somente
aqueles que enfrentam uma dificuldade e precisam da doação para que familiares
ou amigos possam sobreviver sabem da importância desse ato. É um pequeno gesto,
individual e gratuito, mas com consequências expressivas”.
Debi
explicou que o fato de as pessoas estarem menos propensas a sair de casa não
diminui, e por vezes até aumenta, a rotina dos hospitais que atendem desde
vítimas de acidentes de trânsito e da violência urbana até os portadores de
doenças que requerem transfusões sanguíneas como câncer, anemia falciforme e
outras patologias, incluindo os procedimentos cirúrgicos de alta complexidade,
como transplantes e cirurgias cardíacas. "É importante ressaltar que a
demanda de sangue permanece inalterada, apesar da redução da oferta nos
estoques dos hemocentros".
De
acordo com uma pesquisa feita em 2017 pelo Eu Dou Sangue em parceria com o
Instituto Datafolha, cerca de 92% dos brasileiros disseram não ter doado sangue
entre junho de 2016 e junho de 2017. De acordo com o levantamento, além
do recesso e do clima mais frio, feriados e dias chuvosos também impactam
negativamente os hemocentros, que costumam registrar queda de 30% em seus
estoques no período.
Os
dados também mostraram que 39% dos brasileiros admitem não saber qual é seu
tipo de sangue. O estudo, que ouviu 2.771 entrevistados em todo o país, mostrou
que o desconhecimento é maior entre os homens (44%) do que entre as mulheres
(35%). Assim como a maioria dos jovens (52%), na faixa dos 16 aos 24 anos,
também desconhecem esse aspecto de seu próprio corpo.
A
recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que cada país tenha,
entre 3% e 5% de sua população doadora de sangue frequente. No Brasil, o índice
fica em 1,8%, enquanto em alguns países da Europa, cerca de 7%.
Agência
Brasil