![]() |
Apagão em março do ano passado deixou o Ceará e mais 13 estados brasileiros às escuras |
Serviço
prestado pela companhia no ano passado fez com que ela recuasse do 4º para o
14º lugar entre as grandes distribuidoras brasileiras em índice medido pela
Aneel. Cearenses passaram, em média, 10,14 horas sem energia em 2018
Após
ficar em 4º lugar no ranking das distribuidoras de grande porte do País em
2017, a Enel Distribuição Ceará (antiga Companhia Energética do Ceará - Coelce)
caiu para a 14ª posição no ano passado, conforme o indicador de Desempenho
Global de Continuidade (DGC), que avalia a qualidade do serviço prestado pela
empresa aos consumidores.
No
ano passado, a Enel registrou um DGC de 0,82, o pior resultado obtido pela
companhia desde 2015 (0,85). O indicador é composto pelo tempo de
interrupções no fornecimento de energia (DEC) e pela frequência das
interrupções (FEC). O ranking, elaborado pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), considerou todas as concessionárias do País com mais de 400
mil unidades consumidoras.
Durante
o ano de 2018, as unidades atendidas pela Enel Ceará passaram, em média, 10,14
horas sem energia, o que representou um aumento de 15,5% em relação ao tempo
sem o serviço que foi registrado em 2017 (8,78 horas), segundo o indicador DEC.
Quedas
de energia
Já
a frequência em que essas quedas de energia aconteceram passou de uma média de
5,37 vezes em 2017 para 5,57 vezes no ano passado, uma alta de 3,7%, segundo os
dados da Aneel. Em igual período do ano passado, a quantidade de consumidores
atendidos pela Enel no Estado chegou ao patamar de 3,482 milhões, o que
garantiu um crescimento de 1,6% na comparação com o fim do ano anterior.
Apesar
do aumento da frequência das interrupções e do tempo sem energia, o desempenho
da Enel ficou dentro dos limites estabelecidos pela Aneel para o Estado, de
10,92 (DEC) e de 7,82 (FEC). E considerando todas as operações da Enel no País,
a do Ceará foi a que apresentou o melhor resultado no ranking. A empresa
também presta serviço em São Paulo (24ª colocada), Rio de Janeiro (28ª) e Goiás
(30ª).
"Me
preocupa muito essa piora. A gente já vinha acompanhando isso no Iasc (Índice
Aneel de Satisfação do Consumidor) em que a Enel não ficou muito bem nos
últimos três anos", diz Erildo Pontes, presidente do Conselho de
Consumidores da Coelce (Conerge).
"O
que a gente espera é que a empresa encontre uma maneira para melhorar a
qualidade do serviço".
Falha no sistema
Em
nota, a Enel Distribuição Ceará argumenta que os indicadores de desempenho da
companhia foram negativamente impactados no ano passado por conta de uma falha
com origem no Sistema Interligado Nacional (SIN), no mês de março.
"O
evento externo, cuja responsabilidade não é da Enel, afetou o fornecimento de
energia nas regiões Norte e Nordeste e acabou impactando os indicadores das
distribuidoras da região. A Enel informa ainda que, apesar deste fator, os
indicadores de qualidade da distribuidora no Ceará se mantém dentro dos limites
estabelecidos pela agência reguladora", aponta.
A
Companhia destaca ainda que, em 2018, aumentou em 27,3% o volume
de investimentos em relação a 2017 e que os recursos, que são
destinados, entre outros fatores, à modernização e digitalização da rede no
Estado, "trarão impactos positivos na qualidade do serviço prestado".
Para
Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do
Estado do Ceará (Fiec), preocupa o fato da satisfação do consumidor estar
caindo desde 2015. "Mesmo com os elevados investimentos, o consumidor não
está percebendo uma melhora. Esperamos que a Enel volte a ser uma das melhores
do País, como era em outros anos".
Brasil
No
País, os consumidores ficaram, em média, 12,85 horas sem energia em 2018, o que
representa uma redução de 10,45% em relação a 2017, quando o brasileiro ficou
submetido, em média, a 14,35 horas sem o serviço. O resultado para o DEC no ano
passado foi o menor valor histórico para esse indicador e quase atingiu o nível
regulatório de 12,72.
A
frequência em que as interrupções ocorreram no País se manteve em trajetória
decrescente, reduzindo de 8,20 interrupções em 2017 para 7,17, em média, por
consumidor em 2018, o que significa uma melhora de 12,56% no período. Em ambos
os indicadores, o Ceará apresentou melhores resultados do que a média nacional.
"A
redução, para um nível recorde, da duração das interrupções do fornecimento
resulta da atuação firme da Agência. Se é marca a ser celebrada, também é
incentivo para buscar números cada vez melhores", destacou o diretor-geral
da Aneel, André Pepitone, sobre os resultados.
Fonte:
DN