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Foto: Reprodução |
Mesmo
admitindo que filho do presidente da República agiu dentro do seu direito,
advogada considera que atitude repetiu táticas do PT que eles criticaram antes
A
advogada, professora universitária e deputada estadual do PSL Janaína Conceição
Paschoal, eleita com mais de dois milhões de votos, disse ao jornal O Estado de
S. Paulo, em entrevista, que o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho
do presidente Jair Bolsonaro, "tem todo o direito à defesa, a entrar com
todas as medidas, mas me parece complicado ver uma reação parecida com a que
foi a do Aécio (Neves) e com a que é a do Lula até hoje".
Para
Janaina, "foi um erro" o senador ter concordado com o pedido ao
Supremo Tribunal Federal para que suspendesse a investigação, pelo Ministério
Público do Rio de Janeiro, concedido em liminar do ministro Luiz Fux. "Foi
um erro, porque, ainda que não tenha nada errado, isso gerou uma situação, um
sentimento, 'poxa, por que ele não explica logo?'. E é um sentimento
legítimo", explicou.
A
deputada também falou sobre o momento do caso do filho do vice Hamilton Mourão
promovido com o triplo do salário no Banco do Brasil, que já havia criticado no
Twitter. "Fiquei chocada", disse na entrevista. "Não pela
promoção em si, porque não é ilícito, mas porque é incompatível com o que a
gente quer. Mostra mais permeabilidade do que deveria haver. Não deveria nem
passar pela cabeça do general."
A
parlamentar mais votada para o Legislativo estadual contou ao Estado que viu
"muita vaidade, muita disputa de poder" na montagem do novo governo.
"Assustador", definiu. Sobre os deputados do PSL e de outros partidos
da base que foram recentemente à China, disse, sem especificar nomes, que
"esse pessoal está com palhaçada".
Janaína
Conceição Paschoal tem 44 anos e é professora do curso de Direito da USP, no
momento licenciada. Entrou para a história, como se sabe, por ter sido um dos
advogados que pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os outros
dois foram Miguel Reale e Hélio Bicudo, este recentemente falecido. Bicudo foi
um dos consultados quando a política partidária bateu à porta da advogada.
"Não entre nesse mundo, não é para você", disse a ela, segundo contou
na sala de reuniões do escritório que divide com duas irmãs igualmente
advogadas, na rua Pamplona, na capital paulista.
"Ainda
tenho dúvida se o mundo político partidário é para mim", afirmou. Com a
posse na Assembleia Legislativa marcada para 15 de março, e é uma das
anunciadas candidatas à presidência da Casa. "Será muito difícil
ganhar", disse, apontando que vai disputar. Contou, mesmo assim, que no
passado fim de semana, o pai, de 65 anos, incomodado com as primeiras semanas
do novo governo, perguntou a ela se não iria sair do PSL. A deputada foi
consultar a legislação, o que continua fazendo.
Agência Estado