A
Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (20) a segunda fase da
Operação Ross, que investiga o senador Aécio Neves. De acordo com a PF, a
operação tem como objetivo apurar o recebimento de vantagens indevidas por
parte do senador, “solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo
frigorífico, entre os anos de 2014 e 2017”.
Os
policiais federais estão cumprindo, desde cedo, três mandados de busca e
apreensão em endereços ligados ao parlamentar, em Belo Horizonte. Os mandados
foram expedidos pelo STF, após solicitação da PF.
Primeira fase
Na
primeira fase da Operação Ross, deflagrada no dia 11 deste mês, a PF cumpriu 24
mandados de busca e apreensão e 48 intimações para depoimentos no Distrito
Federal, em São Paulo, Minas Gerais, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e
na Bahia, além de Mato Grosso do Sul, do Tocantins e Amapá. Os alvos foram o
senador Aécio Neves (PSDB-MG), a irmã dele, Andrea Neves, e o primo Frederico
Pacheco de Medeiros. Também os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e José
Agripino Maia (DEM-RN) foram investigados, além doss deputados Paulinho da
Força (Solidariedade-SP), Benito Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Naquela
ocasião, o senador Aécio Neves afirmou que "delatores, em busca da
manutenção da sua incrível imunidade penal, falseiam as informações e
transformam algo lícito, legal, [em algo] com aparência de crime. Não houve
nenhuma ilicitude. Chega de tentar transformar a realidade em benefícios para
esses delatores. Tenho absoluta confiança na Justiça. A seriedade dessas
apurações vai mostrar o que foi feito de forma correta, não apenas em relação
ao PSDB, mas a outros partidos políticos. Criminalizar a doação que era legal é
um desserviço à verdade e à Justiça",
De
acordo com a PF, o nome da Operação Ross é referência ao explorador britânico
que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo, na Antártida, fazendo alusão
às notas fiscais frias que estão sendo investigadas.A Operação Ross é um desdobramento
da Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que
teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam R$
100 milhões.
Agência Brasil