Estado
ocupa a terceira posição do ranking nacional, atrás do Rio Grande do Norte e
Bahia
Com
uma condição climática privilegiada, o Ceará começa a aproveitar melhor o
potencial dos ventos para a produção de energia eólica. De janeiro a outubro
deste ano, houve um aumento de 52% na geração desta fonte de energia, nas 80
usinas espalhadas pelo Estado. A geração saltando de 745,9 megawatts médios
(MW) para 1.138,9 MW. O levantamento parcial de 2018 é do boletim InfoMercado,
elaborado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
No
ranking nacional, o Estado ocupa a terceira posição, atrás do Rio Grande do
Norte (1.473,3 MW) e Bahia (1.236,4 MW). Jurandir Picanço, consultor de energia
da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e presidente da Câmara
Setorial de Energias Renováveis, acredita que o setor está em desenvolvimento
em território cearense, apesar dos desafios que precisam ser superados.
"O
Ceará foi, no passado, prejudicado pela falta de linhas de transmissão de
energia. Hoje, está em plena condição de atrair mais investidores",
analisa. O setor esteve travado porque não apresentava condições favoráveis
para o escoamento da energia.
Ocorre
que, em dezembro de 2017, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
liberou leilão para duas novas linhas a fim de conduzir entre o Ceará, Paraíba
e Piauí.
Outro
indicador positivo é a capacidade instalada de energia eólica do Estado, que
ficou em 2.049,9 no mês passado. Também atrás do Rio Grande do Norte (3.949,3
MW) e Bahia (3.525 MW), segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica
(ABEEólica).
Para
Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica, o Ceará acompanha o sucesso da região
Nordeste, onde o setor de energias renováveis ganha cada vez mais espaço.
"Considerando que a matriz de geração de eletricidade deve ser
diversificada entre as demais fontes de geração, e o Brasil tem um baixo
consumo de eletricidade per capita, a energia eólica no País ainda possui
muitas décadas de desenvolvimento para o futuro", explica.
"E,
neste desenvolvimento, o Nordeste tem destaque por representar o nosso maior
potencial, com ventos de boa qualidade e fatores de capacidade elevados",
acrescenta Elbia. Ela pondera, no entanto, que uma retomada da economia
nacional é necessária para ampliar o mercado com novas contratações e construções
de parques eólicos.
Adão
Linhares, secretário-adjunto da Energia da Secretaria da Infraestrutura do
Ceará (Seinfra), diz que o Estado vive um bom momento, embora tenha capacidade
para alcançar resultados ainda mais representativos. "É importante
ressaltar o papel da energia eólica cearense na matriz energética nacional. O
setor tem tido resistência, mas a tendência é se consolidar cada vez mais nos
próximos anos e entrar com mais força", prevê.
Atualmente,
o Brasil possui 14,34 gigawatts (GW) de capacidade instalada em 568 parques
eólicos e mais de 7.000 aerogeradores espalhados por 12 estados. Em média, a
energia gerada pelas fontes eólicas equivale ao consumo residencial médio de
cerca de 26 milhões de habitações (80 milhões de pessoas).
O Povo