Foto: JN Studio |
A
Unidade de Conservação Pedra da Andorinha e o Olho d'Água do Pajé se revelam
como fortes atrativos de turismo ecológico não só em Sobral, mas também na Zona
Norte e em todo o Estado, atraindo milhares de turistas.
A
estudante de Arquitetura Amália Ferreira Gomes se encantou com as belezas
naturais que encontrou ao visitar o Olho d'Água do Pajé, considerado um dos
pontos de visitação mais procurados do Município de Sobral por aqueles que
apreciam passeios ecológicos e o contato direto com a natureza; aqui
representada pela paisagem resistente do Semiárido. Cercado por pedras
centenárias e pela vegetação característica da região, como o mandacaru, por
exemplo, o local, no distrito de Taperuaba, a cerca de 50 km da sede, mantém em
atividade duas fontes de água que nunca secaram, ao longo dos anos.
A
fonte ainda mantém temperaturas bem distintas para a água que brota da terra,
sendo uma morna e outra mais fria. "É uma riqueza, tanto no âmbito
natural, quanto histórico, que eu não conhecia".
Amália
faz parte de um dos grupos de alunos dos cursos de Saneamento Ambiental,
Técnico em Meio Ambiente, e de Arquitetura, que foram conhecer o lugar. A
visita de campo ajuda a vivenciar, na prática, o que os estudantes acompanham
nos livros.
De
acordo com Amílcar Moreira, professor do Instituto Federal do Ceará (IFCE), um
dos coordenadores do passeio ecológico, "essa proximidade mostra o quanto
devemos conservar esse recurso hídrico tão importante, dentro de uma beleza
cênica de enorme valor cultural e social na nossa região", diz, sobre o
Olho d'Água do Pajé, que terá sua área delimitada e transformada em espaço de
preservação. O terreno já foi doado ao município de Sobral.
"Esse
equipamento tem uma importância bem diferenciada, devido a essa questão das
águas termais que aqui brotam, em plena região do Semiárido. Estamos em fase de
solicitação da Agência Municipal de Meio Ambiente para iniciarmos as demais
etapas desse processo de transformação desse patrimônio em área de reserva.
Estamos avaliando em qual contexto esse modelo se enquadra", explica
Franklin Viana, técnico da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente de Sobral
(Seuma).
A
cerca de 15 km dali, outro ponto de visitação chama a atenção dos visitantes,
que estendem o passeio até a Unidade de Conservação Pedra da Andorinha, que
também se destaca como outra opção de turismo e estudos científicos. Criada em
2010, com o objetivo de abrigar o refúgio natural de milhares de andorinhas e,
ainda, preservar o Bioma Caatinga, tão característico no Semiárido, a Reserva
Refúgio de Vida Silvestre Pedra da Andorinha tem garantido condições
necessárias à existência e reprodução de diversas espécies de animais
silvestres e da diversificada flora da região.
A
variedade ecológica e biológica protegida por lei faz da Pedra da Andorinha um
abrigo natural, tanto para animais característicos da região, como para as
agitadas andorinhas; aves migratórias, de pequeno porte, que têm refúgio certo
de seus predadores na época do verão, quando buscam o local para sua
reprodução.
Ecoturismo
A Reserva, de responsabilidade da Autarquia Municipal de Meio Ambiente (Ama), está instalada em 600 hectares de matas, rochas e relativa oferta de água. O local recebe, aos finais de semana, visitantes de diversas idades, que chegam em grupos, em busca de sossego e passar momentos de aventura, longe do estresse e agitação das cidades. O passeio completo, com diversas pausas para descanso, dura de duas e meia a três horas (a partir das 7h da manhã e às 16h), onde as pessoas são conduzidas por trilhas abertas, por entre a vegetação, na busca por formações rochosas e outras belezas da fauna e flora.
Em acada parada, num dos seis pontos de visitação, são ministradas para os turistas, pequenas aulas sobre meio ambiente e a importância da preservação. ” A intenção do município é integrar, além dos dois equipamentos visitados, os sítios arqueológicos existentes para desenvolvermos o ecoturismo na região, diz Lívia Sousa, gerente de Parque e Recursos Naturais da Ama.
Preservação
De acordo com o gestor da Reserva, Francisco Ávila Mendes, o ecoturismo deve ser potencializado nos próximos anos. “a reserva tornou-se patrimônio histórico de Sobral no ano passado, e isso representa uma proteção a mais que essa área passa a ter. O município, por meio da Ama, já tem alguns projetos que vão valorizar bastante a nossa área de ecoturismo, com a criação do nosso Corredor Ecoturístico, formado pela Unidade de Conservação, juntamente com as fontes termais da comunidade Olho D'água do Pajé, próxima daqui, e o Sítio Arqueológico da Pedra do Sino. Nosso ciclo de vistação atrai universidades, escolas e quem busca o ecoturismo”, ressalta Mendes.
Para Igor Pedrosa, arqueólogo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan,) “Sobral possui um dos maiores sítios históricos tombados do Ceará, e agora vamos unir algumas informações sobre os sítios rupestres. Já temos o mapeamento desse importante conjunto para promovermos a valorização disso tudo e pernsarmos como preservar melhor essa riquesa histórica. Nossa missão é tentar prolongar ao máximo essa preservação, isso feito por meio da comunidade no entorno dos sítios e da comunidade escolar”.
Por
Marcelino Junior – Diário do Nordeste