A
presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro,
e diretor de Comunicação, Nathan Camelo se reuniram como secretário de
Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, na última quinta-feira, dia 13
de setembro, para tratar da garantia de exercício profissional e dos casos de
violência contra os trabalhadores da comunicação no Estado. A reunião aconteceu
na sede da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), contando
com a participação do coordenador da Perícia Externa da Perícia Forense do
Ceará (Pefoce), Rômulo de Oliveira Lima; do secretário Adjunto da SSPDS, Cel
Alexandre Ávila; do comandante geral da Polícia Militar, Cel Ronaldo Viana; e
do delegado geral da Polícia Civil, Everardo Lima.
O
encontro, solicitado pelo Sindjorce, foi motivado por denúncias que chegaram ao
Sindicato acerca do tratamento dispensado por policiais às equipes de
jornalismo que cobriam o assassinato de três policiais do serviço reservado. O
crime aconteceu no dia 23 de agosto deste ano, no Bairro Vila Manuel
Sátiro. Equipes dos jornais O Povo e Diário do Nordeste, bem como profissionais
da TV Jangadeiro alegam terem sido desrespeitados pelas autoridades
policiais. Chutes, empurrões e a coação a um repórter para apagar as
imagens registradas foram as situações relatadas pelos jornalistas. À época, o
Sindjorce e a Federação nacional dos Jornalistas (FENAJ) saíram com uma nota,
repudiando tais atitudes e solicitando providências do Estado.
A
segurança dos jornalistas e a garantia de exercício profissional têm sido pauta
permanente do Sindjorce e da FENAJ desde 2013, quando a violência contra a
categoria explodiu em função das manifestações populares e da revolta com a
cobertura tendenciosa dos veículos empresariais. A presidente do Sindjorce
explicou ao secretário André Costa que o objetivo das entidades sindicais de
jornalistas no Brasil todo é estabelecer um Protocolo de Segurança, envolvendo
as forças policiais do Estado (bem como as guardas municipais), os sindicatos
patronais e a representação classista dos trabalhadores. “Nosso objetivo é
estabelecer procedimentos que possam garantir um trabalho seguro e uma conduta
respeitosa entre todas as partes”, disse.
Samira
de Castro ressaltou que, quando ocorrem grandes ajuntamentos de pessoas,
manifestações, passeatas e protestos, duas categorias profissionais estão
sempre presentes: jornalistas e policiais. “O trabalho de um não pode
interferir na realização da atividade laboral do outro”. “Entendemos que, em
algumas situações, há excessos de ambos os lados, mas o nosso objetivo com o
Protocolo de Segurança é realizar um trabalho pedagógico e preventivo sobre
qual o papel de cada um e até onde podemos atuar, sempre com respeito mútuo”,
frisou a dirigente, que também é segunda tesoureira da FENAJ.
O
secretário Andre Costa se mostrou sensível à construção de um diálogo para o
amadurecimento de propostas que venham a concretizar o protocolo. Além disso,
colocou a Assessoria de Comunicação da SSPDS para intermediar novos encontros e
também se mostrou receptivo à realização de cursos e treinamentos voltados aos
jornalistas. A presidente do Sindjorce, por sua vez, ressaltou a necessidade de
diálogo e de cursos para o entendimento, por parte das forças policiais, do
trabalho dos operários da notícia e, principalmente, dos freelancers e
jornalistas independentes ou ativistas, que também ganharam espaço desde 2013.
A
Diretoria do Sindjorce já vem trabalhando em uma minuta de protocolo. A ideia é
realizar uma nova reunião com a SSPDS para debater a proposta inicial. Na
ocasião, serão convidados os sindicatos patronais de mídia impressa e mídia
eletrônica, bem como todas as empresas de Comunicação do Ceará. “A presença do
jornalista é a garantia de que a sociedade tomará conhecimento dos fatos. O
registro jornalístico é inimigo da repressão arbitrária e violenta e aliado da
ação policial adequada à sociedade democrática”, reforça Samira de Castro.
Fonte: Sindijorce