O governador Camilo Santana terá de lidar com as pretensões
do próprio partido, o PT, as do ex-adversário Eunício Oliveira e as dos
padrinhos políticos do PDT
A
base aliada do governador Camilo Santana (PT) tem,
pelo menos, quatro possíveis candidatos ao Senado com
posições políticas divergentes. As três principais forças da aliança, PDT, PT e
MDB, têm intenção de disputar uma das duas vagas nas eleições de 2018.
O PT,
que encabeça a chapa majoritária com a candidatura à reeleição de Camilo,
decide, em encontro de tática no próximo sábado (28), se sairá com candidato ao
Senado. Ainda assim, a posição do presidente estadual da sigla, Moisés Braz,
estava sendo de que o PT brigaria pela indicação. Uma petição pública foi criada entre os integrantes do
partido em prol da vaga e reúne 807 assinaturas.
Na
quinta-feira (24), lideranças do PT estiveram em reuniões, inclusive no Palácio
da Abolição. Tanto o presidente estadual como o deputado federal José
Guimarães disseram que só devem falar sobre as articulações em
relação a vaga para o Senado após o encontro de tática.
Nesse
ano, chega ao fim o mandato do senador petista José Pimentel, ligado ao grupo
da deputada federal Luizianne Lins, cujo nome também já foi cotado para
disputar a vaga. Em 2010, Pimentel foi eleito em campanha que pregou dobradinha
dele com Eunício Oliveira (MDB).
Em
2014, o PT aprovou o nome do deputado federal José Guimarães para
o Senado, durante o encontro de tática. Na definição da chapa, no entanto, foi
do candidato aliado aos Ferreira Gomes, o então secretário da Fazenda Mauro
Filho, o nome indicado para a chapa ao lado de Camilo. Mauro Filho foi
derrotado por Tasso Jereissati (PSDB) à época.
A
disputa de interesses com Cid e Ciro Gomes, ambos agora no PDT, pode prejudicar
os planos do PT novamente. Com a candidatura nacional de Ciro, o partido cogita
indicar dois nomes para a vaga: o ex-governador Cid Gomes e o presidente
estadual do partido, André Figueiredo.
MDB
O principal conflito, no entanto, está na reaproximação entre Camilo e Eunício Oliveira, cujo mandato também acaba em 2018. Apesar de adversários em 2014, eles se reaproximaram sob o mote de uma “parceria administrativa”, já que Eunício é presidente do Senado.
Ciro
Gomes já tornou público o seu não apoio à reaproximação com Eunício e tem
defendido o nome de Figueiredo para sair ao lado do irmão.
No
final de 2017, pesquisa do instituto Paraná Pesquisas* mostrou Cid Gomes à
frente da disputa pelo Senado, seguido pelo deputado estadual Capitão Wagner
(Pros). Eunício aparecia em 3° lugar, portanto fora das vagas, seguido por
André Figueiredo.
Camilo
tem mantido o apoio à aliança com Eunício. O presidente estadual do MDB,
Gaudêncio Lucena, disse que Cid Gomes já teria “autorizado” o governador a
manter as negociações com o MDB.
O
petista fará sua campanha de reeleição em 2018 com a maior aliança da história
do Ceará, composta por 24 partidos.
*Metodologia: Foram
entrevistados 1.520 eleitores em 54 municípios durante dias 11, 12, 13, 14 e 15
de dezembro. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para
menos.
Fonte: Tribuna do Ceará