Governador
de SP recebeu quantias não declaradas para as campanhas de 2010 e 2014, segundo
executivos da Odebrecht. Tucano nega irregularidades; cunhado não foi
encontrado.
O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), recebeu mais de R$ 10 milhões
da empreiteira Odebrecht em caixa dois para as suas campanhas ao Governo do
Estado de 2010 e 2014, segundo a delação homologada pelo Supremo Tribunal
Federal (STF).
De
acordo com os delatores, o tucano recebeu R$ 2 milhões na disputa pelo Palácio
dos Bandeirantes em 2010 e outros R$ 8,3 milhões quando se reelegeu, em 2014.
Os valores não foram declarados na prestação de contas oficial, enviada à
Justiça Eleitoral.
Ainda
conforme relatado no acordo de delação premiada, parte dos repasses era feita
diretamente ao cunhado de Alckmin, o empresário Adhemar Cesar Ribeiro, que é
irmão da primeira-dama, Lu Alckmin. Os valores eram supostamente entregues nas
mãos do próprio Adhemar, no escritório que ele mantinha na Avenida Brigadeiro
Faria Lima.
Segundo
delator Carlos Paschoal, o cunhado de Alckmin era "cuidadoso" e não
gostava de tratar dos pagamentos por telefone. As conversas tinham que
acontecer pessoalmente. "Nessa época residia numa rua que termina em
frente ao escritório dele. Quer dizer, da minha casa até o escritório dele, a
pé, eram cinco minutos. Se não tivesse sol forte, dava para ir a pé. Então, não
me incomodava", contou.
Alckmin
negou as acusações em nota enviada ao Jornal Nacional. “Jamais pedi recursos
irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome.
Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas
campanhas fossem feitas dentro da lei”, disse.
Em
entrevista concedida durante entrega de obras nas rodovias Cornélio Pires,
Antonio Romano Schincariol e Marechal Rondon, nesta quarta, Alckmin disse que
prestará todos os esclarecimentos à Justiça. “Houve uma menção e nós vamos
prestar todos os esclarecimentos. Todas as nossas campanhas eleitorais foram
modestas e rigorosamente dentro da lei", afirmou, segundo a sua assessoria
de imprensa.
A
reportagem do SPTV procurou Adhemar César Ribeiro, que mora em uma casa no
Morumbi, perto do Palácio dos Bandeirantes, mas só encontrou o segurança, que
disse que a família toda “foi para a fazenda”.
Segundo
delatores, o deputado federal licenciado Rodrigo Garcia (DEM), secretário de
Habitação do estado de São Paulo, também é suspeito de usar dinheiro de caixa
dois para financiamento de campanha. Garcia disse que jamais recebeu dinheiro
não contabilizado.
Além
de Alckmin, outros 12 governadores, 24 senadores, 37 deputados, oito ministros
e cinco ex-presidentes aparecem entrem os citados pelos executivos da Odebrecht
na maior delação da história do pais. Confira a lista com todos os nomes.
Fonte:
G1