Na 1ª sessão após evento que pôs lado a lado o
governador e o presidente do Senado, fortalecendo tese de acordo para 2018,
deputados repercutiram o tema. Oposição critica aproximação entre ambos e sai
fragilizada
Se oficialmente a aliança entre Camilo Santana (PT)
e Eunício Oliveira para 2018 ainda é tratada como uma “possibilidade”, na
Assembleia Legislativa a composição já foi comemorada pela base e, por outro
lado, criticada pelos deputados de oposição na primeira sessão da Casa após
evento que reuniu o governador e o presidente do Senado na última sexta-feira,
17.
Quem trouxe o tema à tona foi Fernando Hugo (PP),
que fez discurso elogioso ao que chamou de “aliança política produtiva” entre
ambos. “É uma dádiva da política a presença de Eunício Oliveira, que quer o
melhor para a Cidade e para o Estado”, disse. Segundo ele, “em nome da
cearensidade”, todo “rancor” que existir entre ambos “deve ser perdoado”.
O pronunciamento foi seguido por mais falas
comemorativas. Até Ely Aguiar (PSDC), da oposição, disse esperar que o acordo
“gere bons frutos”.
A avaliação da base é de que a “aliança
institucional” entre ambos é benéfica para o Estado, facilitando a conversão em
palanque eleitoral. Os deputados favoráveis minimizam “contradição” do acordo,
apontada por críticos.
“A política é contraditória. Dificilmente você
consegue manter alguns princípios de quando você entrou até quando sai, porque
uma hora ou outra você vai ter que se aliar com quem um dia foi adversário”,
resumiu o líder do governo Evandro Leitão. Ele afirmou que defenderá aliança
“se for para o bem do Estado do Ceará”.
Quem também amparou a composição foi o petista Dr.
Santana. Segundo ele, “existe uma parceria institucional pelo Ceará que dá
resultados positivos e pode se transformar numa aliança eleitoral”. Em aparte
ao pronunciamento dele, Danniel Oliveira (PMDB), sobrinho de Eunício, reiterou
que acordo traz “benefícios” à população. “Não é uma aliança política, talvez
seja, mas é uma aliança administrativa para ajudar o Ceará e Fortaleza”, disse.
Na sexta-feira, o senador admitiu pela primeira vez
que a composição com Camilo poderia acontecer com vistas a 2018. Camilo
permanece sem comentar o tema.
Críticas
Na oposição, avaliação sobe o acordo é outra. O
deputado Odilon Aguiar (PMB) disse que Eunício está “pecando” por não deixar
posição clara. “Na política a gente aprende que se tem lado. Isso está
confundindo o eleitor que almeja uma oposição no Ceará”, acusou.
Renato Roseno (Psol) tem opinião semelhante. “O que
estamos vendo nessa aliança entre Camilo e Eunício é a absoluta
descaracterização de quaisquer convicções políticas, quer dizer: não há
valores, não há convicções”. Ao lado de Heitor Férrer (PSB), eles foram os
únicos que criticaram o possível acordo.
LETÍCIA ALVES
Fonte: O Povo