Ciclone, que devastou ilhas caribenhas e atingiu
com força estado americano, diminui de intensidade, mas ainda representa perigo
nos Estados Unidos. Haiti e Cuba avaliam danos, e Defesa Civil haitiana alerta
para chuvas
Após causar enormes estragos, inundações e deixar
milhões de pessoas sem energia elétrica em diversos países caribenhos e nos
Estados Unidos, o furacão Irma perdeu força na madrugada desta segunda-feira
(11/09), sendo rebaixado para tempestade de categoria 1. Mesmo assim, o ciclone
continua a representar perigo enquanto avança pela costa oeste do estado
americano da Flórida.
Leia mais: Como os americanos se preparam para
furacões?
Os alertas de tempestade foram mantidos em grande
parte do estado, onde mais de seis milhões de pessoas foram forçadas a deixar
suas casas antes da chegada do Irma, numa das maiores operações de evacuação da
história dos Estados Unidos.
A maior velocidade dos ventos registrada durante a
madrugada foi de 136 quilômetros por hora. O Irma, que há poucos dias era o
maior furacão já registrado no Atlântico, deverá se transformar em tempestade
tropical ao se mover para o norte da Flórida e para o sul da Geórgia.
Durante o fim de semana, os ventos chegaram a 215
quilômetros por hora. O condado mais afetado foi o de Monroe, ao qual pertence
o arquipélago de Florida Keys, e uma parte da costa do sudoeste, onde 76% das
casas tiveram o fornecimento de energia interrompido. No total, mais de quatro
milhões de pessoas ficaram sem eletricidade no estado.
Ao menos quatro mortes foram registradas na Flórida
após a chegada do Irma neste domingo. Durante sua passagem pelo Caribe nos dias
anteriores, o Irma já havia vitimado ao menos 27 pessoas.
Miami, Tampa, Nápoles e outras cidades na parte
mais ao sul da Flórida se tornaram "cidades fantasmas". Escolas,
lojas, escritórios públicos e privados, bancos, casas particulares, portos e
aeroportos foram fechados.
O litoral de Miami e da ilha de Miami Beach foram
fortemente inundados. Os ventos fortes derrubaram dois enormes guindastes de
construção, e o mar invadiu as ruas próximas à praia. O aeroporto de Miami será
reaberto apenas nesta terça-feira.
Cuba e Haiti
Antes de chegar aos Estados Unidos, o Irma avançou
sobre uma série de ilhas no Caribe, como Barbuda, Saint Martin, Ilhas Virgens,
Porto Rico, República Dominicana, Cuba e Haiti, deixando um grande número de
desabrigados.
No Haiti, milhares de pessoas permanecem alojadas
em abrigos. No noroeste do país, a região mais afetada, o furacão deixou um
desaparecido e dois feridos, segundo dados oficiais.
A Defesa Civil haitiana pediu que a população se
mantenha em alerta, uma vez que as chuvas previstas para os próximos dias
poderão agravar a situação. Assim como ocorreu após a passagem do furacão
Matthew, em 2016, que deixou 573 mortos e causou grandes danos, estima-se que
as perdas nas colheitas deverão ser graves em diversas comunidades haitianas.
Em Cuba, a passagem do furacão castigou Havana,
causou inundações, cortes no abastecimento de energia e forçou a evacuação de
mais de 1,7 milhão de pessoas, muitas das quais ainda permanecem em abrigos ou
casas de familiares aguardando a diminuição do nível das águas. Apesar dos
danos na capital, as províncias mais afetas estavam no leste, centro e oeste do
país, onde o Irma deixou toneladas de escombros.
RC/afp/efe